quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

E começamos tudo novamente...

...mas muito obrigada pelo ano maravilhoso que todos os leitores me proporcionaram. Foram vários textos e opiniões variadas, que com certeza me ajudaram a ser uma escritora melhor.


          Esta é a pergunta que devemos nos fazer: "O que 2011 vai trazer?" Aliás, estou muito feliz pois passei no concurso da CEFET. Tirei 90 na redação e tudo isso foi graças ao blog, que me ajudou a melhorar cada vez mais.

Então, eu só tenho a agradecer!


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Destino irônico


Nos apressamos cada vez mais querendo saber o que a vida nos reserva, pois então, direi-lhes que isto é um atraso. As coisas acontecem no seu ritmo, e para quem não acredita em destino, uma força maior decide qual a lição de cada dia. E na correria antes de um casamento, a noiva percebe, em um súbito esbarrar no buquê, que todos os dias serão felizes, até o destino se intrometer.


Pauta para Créativité, 3ª edição foto. Tema: livre.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aos velhinhos do Pólo Norte


Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2010.

                    Querido Papai Noel,

          Primeiramente, como vai a Mamãe Noel? Eu sei que ela deve estar muito atarefada te ajudando, mas queria que ela soubesse que é especial para mim, e está carta é referente aos dois. Estive pensando muito nesses dias sobre o que escrever a vocês, pois esta carta vai muito mais além de pedidos materiais para o meu próprio bem-estar.
          Uma coisa que não saía da minha cabeça e me fez pensar por vários dias foram as crianças pobres que estavam pedindo esmola para a minha mãe, quando fomos passear de carro. Aquilo me entristeceu profundamente e senti aqueles calafrios, como se alguém pusesse a mão sobre meu ombro e assoprasse algumas palavras vagas com sentido. Não ouvi palavras vagas, mas senti a dor no olhar daquelas crianças.
          Resolvi, então, não pedir algo para mim, pois já sou muito feliz com o que possuo. Tenho brinquedos e computador, moro em uma casa confortável e pertenço a uma família feliz. O que mais poderia pedir? Por isso esta carta vai dedicada às crianças que não têm como escrevê-la a vocês.
          Papai e Mamãe Noel, de natal eu quero que aquelas crianças que eu vi na rua pedindo esmolas tenham pelo menos um presente de natal. Espero que vocês entendam que eu não quero de nada, mas aquelas crianças sim, elas precisam acreditar que podem ser felizes.
          Enfim, eu não quero nada além disto. Feliz Natal para vocês e para o pessoal do Pólo Norte. E antes que eu me esqueça, eu quero dar-lhes o meu obrigada.

                                                  Muito obrigada,
                                                                   Fernanda.

Pauta para Blorkutando.

domingo, 19 de dezembro de 2010

O paraíso dos dragões


          Hoje eu me lembro muito bem do que sonhei: com nuvens brancas destacadas em um céu azul, com quedas d’águas deslumbrantes e com um dragão. Ele só veio aparecer no final do meu sonho, mas foi o mais marcante, era preto. Alguns pontos eram dourados, como a ponta de sua cauda e o contorno de suas asas; elas eram acinzentadas, mas se encaixavam bem com o todo. Seus olhos, não pude esquecer deles, eram grandes e vermelhos.
          Dizem que os dragões são insociáveis, mas eu não acredito nisso. No meu sonho ele planava sobre a cachoeira e vinha ao meu encontro todas as vezes que me distraía com algo bobo, quando me virava ele sumia. Não sei onde se escondia, mas quando fechava os meus olhos, podia ouvir o som da sua respiração, o calor de suas narinas balançando o meu cabelo. E pela terceira vez, quando meu cabelo já estava quente, abri os meus olhos e pus a segurar seu focinho e encarar os seus olhos. Pergunto-me por que fiz aquilo, mas não me arrependo. Seus olhos vermelhos – como já disse anteriormente – ficaram pretos, e as minhas pequenas mãos brancas sobressaíam no negrume que era a sua pele.
          Ele não era um dragão comum, pelo menos eu achava que eles possuíam escamas por todo o corpo. Mas o seu focinho era liso, seus chifres pontudos e as suas asas poderiam protegê-lo todo, já que eram enormes – e quando digo enormes é porque eram gigantes. Não poderia haver animal mais bonito que aquele.
          E em um rápido movimento eu estava na sua corcunda, agarrada ao seu longo pescoço – que agora já era escamoso – voando sobre a bela paisagem abaixo. Quando batia as asas, podia sentir a força que realizava, e por poucos segundos ouvia o batimento de seu coração. Era lento, mesmo que estivéssemos voando mais rápido que qualquer coisa – não consigo imaginar algo mais rápido – seus batimentos não aumentavam, eram constantes.
          E quando voltamos ao chão e o deixei, seus olhos passaram a seres vermelhos, e fiquei os admirando por um longo tempo. Ele não se movia, sua respiração estava mais calma e seus olhos piscavam em sintonia com os meus. Sorri. Ele bateu a cauda e fez tudo estremecer, fazendo-me cair na água fria da cachoeira. Senti a água fria em contato com o meu corpo, mas não cheguei a tocar no fundo, pois sua cauda preta e dourada havia me segurado. Agradeci com o cabeça, e seus olhos que estavam pretos fitaram os meus. Naquele instante pude perceber que o meu toque fazia os seus olhos mudarem de cor, não sabia que reação eu proporcionava àquele dragão, mas achei que era boa, pois ele não fazia menção de me deixar ir.
          Fechei os meus olhos, quando os abri, ele não estava mais ali, mas eu continuava a ser sustentada por sua cauda. Subi pelo seu corpo e aos poucos ele foi se revelando, deixando-me impressionada. Ele não se escondia, apenas ficava invisível – como se isso fosse natural, mas em um sonho com dragões tudo é possível. Agora, já abraçada ao seu pescoço, não estava mais com frio, pois seu corpo era quente e a essa altura já estava seca. Ele bateu com a pata no chão, que possuía quatro dedos com garras afiadas enquanto as traseiras apenas três, ele me fitou e depois olhou para o horizonte. Em um súbito movimento estávamos voando mais uma vez, e quando vi o sol batendo em seus lindos olhos pretos, adormeci sobre o seu corpo, ainda sentindo os seus batimentos.
          Acordei sobre várias folhas verdes, e quando olhei para o alto, deparei-me com um grande carvalho que me proporcionava sombra; eu havia dormido sobre as folhas do meu jardim. O montinho de moveu e eu pulei, fazendo que as folhas voassem e revelassem quem estava escondido sobre elas. Era o meu pequeno beagle Dragão, e então lembrei do dragão dos meus sonhos, que possuía os mesmos olhos pretos do meu Dragão. Eu poderia acordar dessa maneira por toda a minha vida...


Pauta para Créativité, 2ª edição gênero-situação. Tema: Frase em negrito.

Selinhos!


Ganhei este selinho da Patrícia do Complicated Imperfect. Muito obrigada.

Os indicados:

Sonhos e Planos

Surtos Mode ON
É como o vento...

Este eu ganhei da Emily:


E este aqui da Babi:


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E para o selinho do meu blog, os indicados são:


Complicated Imperfect
A arte de um sorriso
Fragmentos
Jujubas e Elefantes Murchos

Como todo selinho, ele tem algumas regrinhas simples:

Qual a coisa (pessoa, objeto, lugar, o que você quiser) mais complexa que você já admirou?
Indique no mínimo um blog e no máximo quantos você quiser que te faz pensar quando lê os textos.
Diga-os para postar o selinho e seguir as instruções.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Imensidão azul

O lago não é da cor dos teus olhos, mas me lembra você.

          Sentou-se na poltrona azul que soltou um grande ruído, pois já era antiga, herdada de família. Olhou para a folha em branco, apoiou sua cabeça em uma das mãos e puxou alguns fios de cabelo. A cada cinco segundo ajeitava os óculos e olhava para a ofuscante luz que emanava de sua luminária azul. Abaixou-a e cerrou os olhos. Pensou sobre o que escrever até a sua mão ser queimada pelo calor da luminária.
          Levantou-se da poltrona e jogou as folhas para o ar, deitou-se no sofá e admirou sua cadela. A sua fiel escudeira não possuía mais de três palmos de largura, sendo a sua mão pequena, não mais de cinquenta centímetros. Era uma maltesa branca, que com o seu porte magnífico estava deitada com as patas todas voltadas para o seu interior, como se quisessem ser aquecidas, retirando uma única pata traseira que acompanhava as curvas do sofá.
          Suspirou e se levantou, recolhendo as folhas espalhadas pelo chão e se sentando novamente da poltrona barulhenta. Sua maltesa acompanhou os seus passos e repousou sobre os pequenos e aquecidos pés de Tamina, sua dona.
Passou os dedos nas folhas e rabiscou uma linha para o título. Deslizou o lápis até o parágrafo e escreveu um pequeno poema, já que estava sem inspiração para começar o seu novo livro. Ela era uma escritora de grande sucesso, com uma trilogia sensacional e seguidores ansiosos para o quarto livro, que a deixava noites sem dormir, pensando no enredo. Não era tão difícil escrever um livro, na opinião dela, mas para quem escreveu um poema sobre violetas, ela pensou ser mais que um desafio.
          Volte e meia ela olhava para o porta retrato ao lado da luminária: um rapaz alto, pouco malhado, olhos verdes, cabelos escuros e com um sorriso de canto amenizavam suas ideias. Sendo abraçada por ele estava Tamina: estatura mediana, magra, olhos castanhos-escuros, cabelo castanho-avermelhado e com um sorriso verdadeiro; era um casal que poderíamos chamar de bonito.
          “Com amor, Jeremy”, assim estava assinada a foto que foi tirada perto de um lago, imenso e azul. Ela sentia vontade de pular para dentro do porta retrato e nadar naquela imensidão com o seu namorado, sem ligar para o tempo e compromissos que atordoavam o relacionamento. Eles não se viam há três semanas, e isso fazia Tamina chorar, sozinha, no quarto à noite.
          Sua maltesa se levantou e latiu suavemente, a porta tinha sido fechada. Com o porta retrato na mão e o taco de hóquei do pai, levantou da poltrona que rangeu, ecoando o som por toda a sala. Andou até a porta da cozinha e gritou ao ouvir:
          - Tamina?
          Ela se virou e constatou quem havia aberto a porta. Alto, com cabelos negros e olhos verdes, lá estava Jeremy com toda sua imensidão, vestindo um casaco azul, o qual a fazia lembrar do lago.
          - Você voltou... – Disse, soltando o taco de hóquei.
          - Bem, você não retornou as minhas mensagens, então eu pensei vir aqui e ver se estava tudo bem.
          - Você vai ficar?
          - Claro! Você é minha namorada. Eu comprei isto para você.
          Estendeu a mão com uma pequena caixa, ela soltou o laço azul e puxou o papel de presente acinzentado. Lá estava, um porta retrato com bordas anis, contendo a foto do dia do lago.
          - Este foi o nosso último passeio antes de eu viajar, é muito importante para mim. – Ela estendeu o braço e entregou à ele o porta retrato da sua mesa, que continha a mesma foto. – Você tem um...
          Não deu tempo para ele terminar a frase, seus lábios já estavam juntos e não havia como se separarem, pelo menos na opinião dos dois. E assim ficaram por um bom tempo.
          A sua fonte de inspiração havia voltado, e mesmo que ela nunca tenha reparado, ele sempre foi o herói dos seus livros. A folha deixou de ser branca e parágrafos viciantes tomaram o seu lugar. No final todos ficaram felizes: Tamina com Jeremy, os seguidores da trilogia com o quarto livro, a folha com os seus devidos rabiscos e a maltesa com dois pares de pés quentes.



Pauta para Créativité, 1ª edição C&F. Tema: Começar e terminar o texto com a letra 's'.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Transilvânia

Transilvânia, 14 de agosto de 1469

                              Queridos pais,

          Esta é uma carta de despedida e explicação. Culpem-me por tudo, eu sou o único responsável pelos meus atos. Eu cometi um grande erro ontem à noite, precipitei-me e peço perdão, mas sei que isso é em vão. Estou escrevendo esta carta e vejo as escadas vermelhas, não acredito na atrocidade que eu cometi.
          Eu matei Isabella ontem à noite, aconteceu tão rápido que eu não tenho palavras suficientes para descrever o assassinato. Eu estava em meu caixão aberto -não sei a razão que o deixei aberto- e então ela veio me beijar, foi tão inesperado. Eu senti o calor percorrendo as minhas veias, senti o amor que ela passava para mim com aquele simples tocar de lábios. Puxei-a para o caixão e a beijei com mais intensidade, e quando pude perceber, estava com os meus dentes cravados em seu pescoço.
          Ela foi me dar um beijo de boa noite e eu a adormeci para sempre, quando percebi o que havia feito, o caixão virou e o sangue se espalhou pelo quarto, descendo as escadas para as quais olho agora. Ela está lá em cima, deitada no chão, sua palidez contrasta com o vermelho profundo de seu sangue, que jurei nunca beber. Ainda me lembro do dia em que casamos, nossa primeira noite juntos e o esforço que e fiz para não matá-la. Venho me controlando desde muito tempo, e agora, por um simples beijo inesperado, ela jaz no meu quarto, para sempre.
          Esta é uma carta de adeus. Mãe e pai, eu amo vocês mais do que tudo, e agora me despeço deste mundo cruel. É quase meio-dia, e o sol a esta hora é ótimo. Morrerei em paz e ficarei com a minha amada, seja aonde for.

                                                  Que vocês vivam eternamente,
                                                                      Diego Dantes.

Pauta para Bloínques, 20ª edição. Tema: Assassinato.