terça-feira, 30 de novembro de 2010

Writeland faz 1 ano!

Viva!

          Como estou feliz hoje, o meu querido blog faz um ano! Durante doze meses, fiz vários amigos e conquistei fãns, uma coisa que eu nunca imaginava que poderia acontecer. Os meus textos no início eram todos sem sentimentos, que eu escrevia para os concursos só por escrever, mas com o tempo eu aprendi a escrever o que eu sentia, e então fui subindo e subindo, até conquistar 106 seguidores, vários comentários e blogueiros que amam o meu blog! Obrigada por me manterem confiante, mesmo quando eu dei uma parada, eu amo escrever! E aqui está a minha primeira postagem e o meu primeiro texto.

Eu fiz alguns selos de 1 ano para o Writeland, espero que gostem.


















Eu também fiz um selinho para os blogs que eu mais gosto, que depois podem repassar.


Como todo selinho, ele tem algumas regrinhas simples:

Qual a coisa (pessoa, objeto, lugar, o que você quiser) mais complexa que você já admirou?
Indique no mínimo um blog e no máximo quantos você quiser que te faz pensar quando lê os textos.
Diga-os para postar o selinho e seguir as instruções.

Os blogs que eu indico são:
Stoupy;
Escafandro de Nuvens.

P.S.: Se quiserem, podem diminuir o tamanho do selinho.

1 ano!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Indesejada das gentes


   Ela cerrou os olhos calmamente, então os abriu em um passo de espanto, isto se repetiu por várias vezes enquanto a sua cabeça estava sobre o peito da mãe. Os batimentos de grande coração acalmavam a pequena e enchiam os seus minúsculos ouvidos com uma sinfonia. A mãe estava ali, ela se sentia protegida e não queria que este momento acabasse, por mais que pressentisse algo ruim se aproximando. E ela estava certa.
   Foi triste quando no dia seguinte não se ouvia mais o grande coração da mão ecoando, apenas o choro soava o alarme. O pai abriu a porta e a viu chorando, enquanto a mãe, parecendo estar em sono profundo, jazia na cama com o braço tocando o chão. Ele havia chegado tarde de trabalho e não queria acordar as suas meninas, se ele tivesse acordado, poderia ter visto que uma delas estava morrendo, calmamente. “Não foi dolorosa”, pensou a pequena, “mas para todos nós está sendo”.
   Do outro lado do lago que embelezava a paisagem vista da grande janela branca, em uma outra janela via-se uma senhora idosa sentada em sua cadeira. Lia com os beija-flores, encantados com as begônias que coloriam o parapeito da janela, seus olhos passeavam pelas páginas, encobertos com óculos de leitura. Seus olhos eram azuis, da cor do lago, e em apenas alguns instantes eles já não estavam mais passeando pelas páginas amareladas do livro. Quem olhasse da janela, pensaria que havia adormecido durante a leitura.
   Ninguém chorou, sua família estava longe e a sua morte foi tranquila, pelo o que parece. Foi até bonita, visto que os beija-flores deixavam as begônias no instante do seu último suspiro. Não houve dor, lágrimas, suplícios ou remorso, ela estava sozinha e assim permaneceu.
   Na cidade grande, onde os carros não param e os vultos preenchem as calçadas, uma delas estava vermelha. Um círculo se formou e nada se viu, tudo parou por um momento. Estava estirado no chão um homem de meia-idade, cabelos pretos com fios grisalhos; pálido, sem expressão, com os olhos fechados. Um tiro o acertou na cabeça, vindo de longe, sem curso. Não se conhecia a sua identidade, mas não morreu sozinho. Todos os que estavam ali presenciaram a sua morte, um círculo de desespero. Não foi uma morte bonita ou tranquila, dolorosa ou solitária, foi uma morte horrível e pública.
   A morte é iniludível. Ela pode afetar apenas uma pessoa, uma família, uma multidão. Ela pode ser bonita ou trágica; pode se tornar um final perfeito para um filme e para os outros, ou pode machucar quando contada. O fim é belo e incerto, depende de como você vê. Mesmo que a morte seja certa, que chegue para todos, teimamos em acreditar que existe algo maior, e estamos certos. Essa é a verdade, que quando a Indesejada chegar, não temeremos, pois sabemos que um outro fim nos espera, um fim incerto e curioso.

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.

Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!

-Manuel Bandeira-

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Consolo Sincero


Seu olhar era de desespero, foi a primeira coisa que notei ao vê-la entrando no bar arfando. Quando ousei levantar ela tocou em meu braço e pediu uma bebida, eu fiz o mesmo. Ela começou a falar com muita dificuldade depois de engolir uma taça inteira de uma vez só.
-Eu não sei como te falar isso, é tão duro.
-Não se preocupe, respire um pouco e depois fale.
-Eu transei com o Chase!
Eu fiquei paralisada, não tinha reação, meu rosto deveria estar com uma expressão bem engraçada. Logo fiz minha cara de reprovação, não tinha porque ela transar com o Chase, não havia motivo, ou talvez houvesse.
-Por que você fez isso?
-Eu estava bêbada e não sabia muito bem o que estava fazendo. Ele foi tão carinhoso e depois tão gentil que eu me deixei levar, desculpe-me Casey!
-Você não tem que se desculpar comigo, você tem que ir se desculpar com o seu lindo namorado que me pediu ajuda ontem para comprar uma aliança de noivado para você. É com ele, não comigo.
-Ele me pedirá em casamento? – Gaguejou ao perguntar.
-Claro! Ele é doido por você desde o Ensino Médio.
-O que eu faço? – Ela se levantou e me abraçou, estava tão angustiada que eu podia sentir.
-Diga a ele que foi uma despedida de solteira, ele te perdoará.
Suas lágrimas desceram e eu pude ouvir sua risada lacrimosa, eu sorri e garanti que tudo terminaria bem, e esta era a mais pura verdade.

Pauta para Bloínquês, 2ª edição. Tema: Sequência acima.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Os dias mais felizes

Ele me perguntou qual fora o momento mais feliz da minha vida. Eu sorri sem entender e dei as costas, ele insistiu na pergunta. Eu sabia que ele não iria embora, então contei:
-O dia mais feliz da minha vida foi aquele que eu não parava de sorrir, eu estava repleta de energia positiva e ninguém conseguiria me por para baixo. Foi o dia em que eu não tive medo de ser quem eu sou, o dia em que eu não fingi ser outra pessoa para agradar alguém próximo. Esse dia eu pude respirar o ar e senti que meus pulmões explodiriam de tanta pureza, pude beijar todas as pessoas que conhecia e deixar um sorriso em cada rosto, pude jogar-me no chão e sentir o frio entrando pela minha pele sem medo. Foi neste dia em que beijei o meu primeiro namorado.
Ele pegou a minha mão e contou o dia mais feliz da vida dele:
-O dia mais feliz da minha vida foi aquele em que eu gritei para a escola toda o que eu pensava, o dia em que eu subi no palco e falei o que pensava de cada um, disse o que estava engasgado. Senti-me aliviado de não fingir para as pessoas que eu gostava delas, talvez por interesse ou pelo destino, que me pôs no caminho do infeliz. Neste dia eu pude dizer que tinha razão e sentir que eu estava certo, que ninguém tinha o direito de dizer o contrário, pois eu não mudaria nada! Foi neste dia em que comecei a escrever e dizer nas palavras o que penso das coisas ao meu redor, das estranhas pessoas com seus olhares fuziladores tentando entrar na sua mente. Nestas pequenas palavras que juntas, formam uma muralha de frases que são tão forte que mudam opiniões e conceitos. Os meus foram mudados e eu continuo a tentar mudar o mundo, não mudar o que as pessoas são, mas o que pensam sobre determinados assuntos.
Então eu percebi que na mais simples ação, como a de pegar a mão do seu namorado, ou na mais complexa, como mudar conceitos e juntar as pessoas, tudo está relacionado. Somos humanos e não vamos mudar sozinhos, sempre estamos em grupos, com as mesmas opiniões e significados para coisas mortas. Foram aqueles pequenos minutos que mudaram o meu conceito de ver as pessoas, e assim ele continua mudando. Surpreendo-me quando, com o meu próprio texto, eu mudo as minhas opiniões. Escrever é mais do que juntar palavras e formar significados, é se conhecer melhor a cada parágrafo, e apenas alguém que conhecer o real significado da escrita sabe por sentimento e se sentir feliz com cada frase. Nada vai me fazer mudar de idéia, estou certa disso.



Pauta para Bloínquês, 40ª edição. Tema: Frase em itálico.