segunda-feira, 31 de maio de 2010

Não importa


1º lugar

Ele e todo o seu charme, com os seus olhos fixos em um pedaço de papel, encostado na sua caminhonete vermelha. Ele passava a mão no cabelo mel enquanto mordia os lábios inferiores. Cheguei perto e vendei seus olhos com as mãos.
-Quem é?
-Você não sabe mesmo?
-Di?
-Oi amor. – Vir-me-ei tentando beijá-lo, ele virou o rosto.
-Você não devia estar com as suas amigas em alguma loja da cidade?
-Eu preferi passar o dia com você.
-Mas eu não quero ficar com você. – Ele se afastou e eu abaixei a cabeça.
-Por quê?
-Eu sou filho de fazendeiro, você uma menina da cidade. Nunca daríamos certo. Ninguém aprovaria.
-Mas eu gosto de você. – Ele se virou.
-Eu não quero me envolver, você sabe como terminou da outra vez. Seus pais brigaram com os meus e acusaram-me de querer extorquir dinheiro de você. Eles disseram que eu era uma causa perdida, que eu era um ninguém.
-Talvez eu tenha uma fraqueza por causas realmente perdidas. – Segurei de leve o seu braço.
Ele se virou e sorriu, seus olhos castanhos estavam inquietos e suas bochechas coradas. Ele passou o braço pela minha cintura e roçou o seu nariz no meu. Aproximou-se e me beijou - suave e macio. Seus lábios entorpeciam-me e seu cheiro me fazia delirar, a intensidade foi aumentando enquanto ele me envolvia em um abraço. Suas mãos apertaram a minha cintura e senti algo descer pela minha perna.
Soltei do beijo sem fôlego e analisei o chão, peguei o papel dobrado que se encontrava com Jason antes de eu chegar. Desdobrei o papel e suspirei, meus olhos caíram e ele segurou a minha mão.
-O que é isso?
-Eu tenho uma namorada, e esse era o rascunho do cartão dela.
-Cartão?
-Fazemos três meses de namoro amanhã.
-E por que me beijou?
-Eu ainda gosto de você.
Passei a mão sobre o papel com força duas vezes e rasguei na frente de Jason, ele me olhou com desespero. Sorri em tom de malícia e encostei a mão na caminhonete.
-Você é mesmo uma causa perdida.
Apertei a caminhonete e empurrei-a, dando uma volta e indo em direção contrária a Jason. Eu não sei como pude deixar-me enganar tanto. Ele era a minha paixão do colegial e agora, só mais uma foto no álbum empoeirado da vovó.

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Pauta para Letra e Música, 1ª edição imagens. Tema: Imagem do texto.
Pauta para Letra e Música, 1ª edição letras. Tema: Frase em negrito.

sábado, 29 de maio de 2010

The wave


   Ela sentiu o impacto quando atingiu a água salgada do mar, sentiu as ondas batendo no seu rosto e todo o seu corpo congelando. Duas horas antes estava brigando com o seu namorado no carro:
   -Por que você não pode aceitar as coisas como elas são?
   -Você não entende, eu preciso de você.
   -Mas eu quero ir embora, ser livre.
   -Desculpe-me.
   O freio do carro foi acionado e Julieta foi lançada direto no viro do carro, estava sem cinto. Colin olhou os ferimentos sangrando e retirou-a do carro, estavam em uma ponte no lado oeste da cidade, tudo estava escuro e a neblina dificultava a visão.
   Ele andou com Julieta nos braços até a margem da ponte e sentou, esperando que ela acordasse. Passou-se um tempo e ela despertou, deitada no chão duro sem a presença de Colin. Ela se levantou e começou a caminhar em direção ao carro quando Colin a agarrou por trás.
   -Você ainda quer me deixar?
   -Colin, eu estou sangrando, me leva pera o hospital.
   -Você vai me deixar?
   -Eu não posso continuar presa a você. - Ela dizia enquanto segurava a cabeça, pressionando o ferimento.
   -Então eu vou te deixar.
   Colin a levou até a ponta da ponte e segurou-se, ameaçando soltá-la no mar.
   -Você não teria coragem de me matar!
   -Eu tenho mais do que você imagina.
Seu coração martelou uma vez, duro, espremendo duas lágrimas quentes de seus olhos, ela agarrou mais forte o braço de Colin e deu-o um abraço.
   -Não, por favor, não. - Sussurrou em seu ouvido.
   -Você sente o meu coração batendo por você? - Ele puxou a mão de Julieta e pressionou sobre o seu peito.
   -Sinto! - Ele colocou a mão sobre o peito dela.
   -Mas eu não sinto o seu.
Colin a soltou e ela caiu, sumindo na neblina. Seu corpo atingiu a água salgada do mar, ela tentava nadar enquanto o ferimento latejava. As ondas dificultavam a ida até a superfície para respirar. Uma onda medonha cresceu em sua direção e seu corpo sumiu no mar.

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Pauta para Once Upon a Time, 46ª edição. Tema: Frase em negrito.

Deixa como está


2º lugar

Calma, não é o fim do mundo, é apenas o começo dele. Cada vez que olho para trás é mais uma surpresa desagradável. As minhas roupas eram fora de moda, meu cabelo vivia preso e eu não falava com ninguém, a típica nerd.
Eu sei que eu mudei, e muito, para melhor. Minhas roupas continuam fora de moda, mas pelo menos eu sei disso e faço a minha moda. Algumas pessoas me questionam sobre isso, até colocam defeitos, mas então, a roupa é minha e eu me acho bonita, dane-se o que os outros pensam.
Meu cabelo era um desastre, sei que era cacheado, mas dava muito trabalho. O corte está bom e mesmo com a franja alta fica meio estilo de Selena Gomez, isso que dizer que eu nem penteio ele para sair de casa. Isso é sério, eu não o penteio.
Eu ainda sou a nerd, mas com estilo, tenho vários amigos e nunca fico sozinha no recreio e em trabalhos em grupo. Ainda sou introvertida e tenho o meu jeito de misteriosa séria, mas quem me conhece diz que não tem pessoa melhor do que eu.
Eu ainda sou a Fernanda de sempre, sou a nerd que perde seus olhares naquele menino, a amiga terapeuta que entende suas palavras em meio a soluços desesperados; continuo amando e sorrindo para o mundo. O meu passado me condena, pelas coisas que fiz e que deixei de fazer, mas se fosse para voltar e fazer tudo novamente, eu não mudaria nada.

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Pauta para How Deal, 5ª edição. Tema: Meu passado me condena.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Juízo


Eu olhava para o calendário e constatava que amanhã era o dia de sua chegada. Ele viria para o nosso aniversário de namoro de sete anos, e eu contava com uma surpresa da parte dele.
Estava nervosa e resolvi sair para espairecer, fui ao café que eu mais gosto mais na cidade, precisava de um já que estava muito frio. Obtive uma surpresa desagradável quando vi Arthur e Laura se beijando. Estava em estado de choque quando ele se virou para mim e abriu a boca, em sinal de pronunciar algo. Sai do café com as mãos no rosto e peguei o táxi mais próximo.
Deitei na minha cama e desabei a chorar, pensando nas inúmeras possibilidades de vidas que tínhamos juntos, e ele teve que escolher esta. A campainha tocou várias vezes e recusei-me a abrir a porta. Ela começou ranger e eu me levantei, ainda abalada e abri a porta, dando de cara com os lindos olhos mel de Arthur.
-Dê meia volta e vá embora. – Fechei a porta na cara dele. Ele a abriu e segurou o meu braço.
-Era só uma amiga.
-E você estava beijando-a por quê?
-Era a minha despedida de solteiro. – Abriu a maleta e pegou a caixinha, se ajoelhou e fez o pedido.
-Desde da primeira vez que te vi, seus olhos azuis me encantaram; suas mãos macias me acolheram. Por isso é você quem eu quero olhar todos os dias quando acordar e suas mãos são aquelas que eu quero segurar quando o medo tomar conta de mim. Ana, quer se casar comigo?
- Talvez não seja o momento, é melhor repensar. – Soltei a sua mão e ele se levantou.
-Ana, por favor, foram sete anos de namoro e eu quero me casar com você!
-Arthur, foram sete anos presos a você, esperando que me pedisse em casamento e agora que pediu vejo que não sinto nada por você.
-O beijo com a Laura foi um deslize...
-O beijo com ela não tem nada haver, só que algo diz pra eu ir embora.
-Ana...
Caminhei até a porta e sai, deixando todas as lembranças para trás. Estava na hora de procurar o que eu havia perdido nestes sete anos e que sinto uma pequena volta, o meu juízo.

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Pauta para Bloínquês, edição musical. Tema: Frase em negrito.
Pauta para Bloínquês, edição conto/histórias. Tema: Frase em itálico.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Talvez eu queira me salvar


As palavras são um refúgio para quem nunca conseguiu se abrir, descrever-se é um perigo, as palavras alimentam um fogo que eu não quero apagar. Podem tirar tudo de mim, mas a minha liberdade de escrita, nunca.
Desde criança, me expressar por outros meios além da fala era necessário, introvertida, via o mundo de outra forma. Hoje penso como é importante a escrita, a comunicação não verbal entre as pessoas; as palavras aproximam e formam laços.
Eu escrevo para me sentir bem, para ser eu mesma, ou me tornar um personagem do meu próprio conto. Divirto-me ao constatar que escrevi algo realmente bom, sorrio ao ver que as pessoas admiram os meus trabalhos mesmo sem saber quem eu sou.
Eu ainda duvido do meu poder de escrita, eu não sei o quão longe eu ainda posso ir com ele, mas eu não tenho medo de tentar. Quando traduzo em palavras o que estou sentindo, passo a minha emoção ao leitor, aquele do outro lado da mesa que lê atentamente as entrelinhas.
Respiro e sobrevivo neste mundo onde não se valoriza mais uma boa escrita como antes, as coisas são rápidas e desinteressantes. Eu escrevo para me salvar, salvar o pouco de talento que ainda não foi sugado pela sociedade. Escrevo para me mostrar e sentir livre, para que o vento bata em mim e eu escreva uma história sobre ele.
Eu me alimento de sentimentos infundados e dramáticos, que mesmo invisíveis para aqueles que admiram a pressa, são sentidos ao vento. Apenas um escritor pode entender o outro, a profundidade de seus sentimentos e as palavras soltas, organizadas pelos olhos sensíveis. Escrever é a minha salvação de toda poluição que hoje eu respiro, escrever é a minha salvação de mim mesma.

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Pauta para Sílaba Tônica, 1ª edição. Tema: Escrever.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Gone


Ela bateu na porta e se jogou no sofá, bufando. Seus olhos eram tristes e sua face amarelada, ousei em perguntar o que tinha acontecido e ela me jogou uma almofada, me olhando de canto.
-Você sabe muito bem o que aconteceu, não seja irônico.
Eu sentei ao seu lado e ela deu um salto, correndo pelo corredor em direção ao meu quarto.Ela abriu a porta e gritou. Corri para ver o que tinha acontecido e ela estava jogada no chão, chorando.
-Diga-me o que aconteceu, eu quero ajudar!
Ela se levantou e puxou a cortina, abrindo a janela. Colocou sua cabeça do lado de fora e sentiu o vento bater em seus cabelos.
-Você pode voar?
-Eu não sou como um passarinho.
-Mas você é como um anjo, não é?
Ela colocou suas mãos em meu peito, abraçando-me forte. Senti seu corpo estremecer, sua alma estava inquieta e seu coração pulsava mais forte a cada batida. Afastei-me e olhei nos seus olhos, passei a mão sobre o seu rosto e ela adormeceu.
Eu não poderia por em risco tudo aquilo que havia conquistado, eu era o seu anjo da guarda e ela não podia descobrir. As noites que passei em claro ao seu lado sem ela perceber foram tão mágicas para mim, que eu sinto vontade de contar, mas não posso. Ela acreditava em anjos, e por acreditar, eles existiam.
Abri as asas cor de marfim e passeei meus dedos sobre a sua face morena, seu sono era tão profundo que me fazia declinar sobre o meu propósito na terra: protegê-la. Deitei-me ao seu lado, com as asas abertas, esperando algum sinal.
Suas mãos quentes acariciavam minhas asas enquanto despertava. Ela sorriu:
-Você existe.
-Existo, mas por existir vou ter que te deixar.
-Mas por quê? – Ela levantou as sobrancelhas.
-Você não pode saber da minha existência, então tudo não passou de um sonho. – Abracei-a, aconchegando-a com as asas. – Desculpe por me apaixonar por você.
Ela adormeceu e eu voei pela janela. Aquele mesmo vento que fez ela um dia acreditar que eu existia, me fez voltar para casa. Mesmo sabendo que para ela será tudo um sonho, eu estarei na sua memória, e ela na minha.

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Pauta para Sílaba Tônica, 1ª edição frase de livro. Tema: A frase em negrito.

domingo, 23 de maio de 2010

Toque o fundo


É só mais uma noite em que você não aparece, tento me convencer que tudo vai mudar; que você vai mudar. Eu não posso negar que me apaixonei por você, que meus planos para nós dois eram fantásticos.
Você vivia em um mundo oposto ao meu, mas eu te admirava. Nas vezes que nos encontramos, por acaso, eu me sentia completa, imaginei por diversas vezes um encontro perfeito, deitada em minha cama antes de adormecer.
Não passou de ilusão, distorci as coisas da realidade e cai em prantos quando percebi que você estava longe demais para o meu fôlego alcançar-te. Nada restou além de dúvidas angustiadas e lágrimas perdidas.
Eu ainda não me conformei em te perder, mesmo que a distância entre nós faça impossível a comunicação direta de sentimentos. Penso que só eu perdi neste jogo. Choro por não me conformar, choro por te perder antes de pronunciar palavras que preparei durante tanto tempo.
Ainda nesta mesma cama, onde criei um mundo só nosso, choro por nada. Então, eu esquecerei você, mesmo que isso doa cada vez mais ao passar dos dias. Totalmente adormecida e aconchegada pelo travesseiro molhado, percebo as luzes da cidade refletidas na minha janela, a mesma cidade onde por diversas vezes, me apaixonei e mergulhei mais fundo do que podia alcançar.

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Pauta para Sílaba Tônica, 1ª edição imagem com frase. Tema: Foto do teto.

sábado, 22 de maio de 2010

Selinho do Henrique *-*

Ganhei este selo do Henrique, ele é mesmo um fofo:

Regras:
As regras são indicar 5 blogs para o selo e dizer qual foi o melhor texto que você já escreveu.

Texto:
O melhor texto que já escrevi foi Sobre a Cerejeira.

Blogs:
Fragmentos
O meu singular
Vice e Versa
Quebra-Cabeça
A matemática da arte

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Wonder Woman


Querido diário,

Hoje foi mais um dia em que tive que aturar o Superman no meu ouvido, ele não parava de dizer o que eu tinha que fazer; como se eu não soubesse me defender com os meus braceletes. Depois da discussão que tivemos, ele ainda ficou chateado por eu ter prendido ele com o meu laço e no final das contas ter admitido que me acha o máximo.
O Batman continua escondido na sua caverna, hoje foi um belo dia para ele sair e ‘sem querer’ esbarrar em mim. Ele me olhou de cima abaixo e perguntou:
-Você não acha esta roupa muito curta?
-Você não acha muito gay essa sua máscara?
Ele arregalou os olhos e soltou um ‘a’, eu bufei e sai de cena. Enquanto voava para Nova Yorker me olhei no espelho e logo senti algo batendo em mim. Sacudi a cabeça desnorteada e esta com o Homem-Aranha em meus braços. Desci ao chão e ele comprou um refrigerante p’ra gente.
-Você pode abrir? – Apertei o refrigerante que fez o líquido saltar e cair em um copo, como eu havia programado.
-Você é bem forte, não?
-Sou! – Uma garotinha tocou nas minhas botas e começou a gritar loucamente.
-Mulher Maravilha, eu sou a sua maior fã! Meu Deus, sua tirara é linda e seus braceletes, como brilham. Você é mesmo mais forte, veloz e bonita que o Superman; este é o seu laço? – Ela tocou no laço e ficou quieta. – É realmente lindo!
   Olhei para aquela criatura, despedi-me do Homem-Aranha e sai voando, era a melhor coisa que eu já havia feito. Pelos ares vi o avião do meu namorado, Steve Trevor. Acenei enquanto voava e ele desceu. No aeroporto me encheu de beijos e carinhos.
-Estou morrendo de saudades de você.
-Você não sente falta de quando eu era apenas a Diana Price, a enfermeira normal sem superpoderes?
-Eu posso até me sentir seguro sem saber que o Batman não vai dar em cima de você, mas você é muito mais forte e determinada assim meu amor.
-Você sabe que eu te amo, não é?
-Claro que eu sei meu doce.
E me deu mais um beijo, decolando no avião que logo o deixaria em casa. Esse foi um dia muito agitado, enquanto escrevo em você, o Flash e a Mulher Gavião estão jogando uma partida de buraco, que logo entrarei.
Uma coisa que realmente não saiu da minha cabeça foram os elogios daquela pequena garotinha, ela me achava tão fantástica. Talvez um dia queira ser igual a mim, mas do barro ela não veio e nem tem superpoderes para salvar o mundo, coisa que realmente eu já estou me cansando. Agora eu vou jogar uma partida antes que o Flash jogue todas as cartas para o ar acusando a Mulher Gavião de esconder cartas nas asas.

Até outro dia em que eu tenha tempo,
Wonder Woman.

Pauta para How Deal, 4ª edição. Tema: Qual personagem da televisão você seria?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu mato...


   Na noite escura e tenebrosa mal dava para se ver as pessoas andando nas ruas. Seus guarda-chuvas pretos escondiam rostos que eu tentava entender, mas que há muito tempo larguei de mão.
Escondo-me nas entranhas da noite, em algum beco esperando alguma vítima, tenho medo. O medo me consome por dentro e corrói tudo o que chamo de sentimento. As pessoas continuam passando a minha frente e eu as olho, escolhendo minha próxima vítima.
   Ela passa pisando nas poças d’água segurando a mão de uma estranha escondida no guarda-chuva; ela sorri quando me vê, mas não imagina o que eu sou. A estranha para em frente ao café e solta a menina; ela corre em meio à escuridão e ninguém percebe nada.
   Agora ela é minha, em segundos seu pescoço já está quebrado e no seu rosto deixo uma marca, a minha marca. Suas bochechas coradas têm agora cor de sangue, marcadas pela palavra ‘dor’; a minha dor, todas as dores.
   Essa foi a minha vigésima primeira vítima em um mês. As noites sufocam-me e eu não consigo me livrar deste sofrimento, a cada vítima cresce mais, mas eu não consigo parar, simplesmente eu me sinto melhor; e depois desabo. Matar alguém é como caminhar pela rua. Se eu quisesse uma vítima, eu ia e obtinha uma.
   -Vamos analisar a situação, você chega no meu consultório e pede ajuda para acabar com um sofrimento que eu não sei donde vem e espera que um psicólogo te cure sem saber o problema?
   -Seria uma maneira rápida de terminar as coisas, não é?
   -Talvez. – Ele me dizia sentado na sua poltrona com o seu cachimbo.
   - Até nisso nós somos iguais. A única coisa que nos diferencia é que, quando acaba de falar com as pessoas, você tem a possibilidade de se sentir cansado. Pode ir para casa e desligar a mente e todas as suas doenças. Eu não. Eu não consigo dormir de noite, porque meu sofrimento nunca acaba.
   - E nessas noites, o que faz para se livrar do seu sofrimento?
   - Eu mato...

Pauta para Once Upon a Time, 45ª edição. Tema: Frase em negrito.
P.S.Texto sobre um Serial Killer e algumas frases retiradas do livro ‘Eu mato’ de Giorgio Faletti, que quero muito ler.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Coração da Morte


Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler. Era uma terça à noite e eu vagava pelas ruas colhendo almas, uma tarefa designada a mim foi recolher a alma de uma jovem.
Ela parecia solitária e triste, olhando as pessoas passarem enquanto sentia dor, uma dor que eu tenho que sentir antes de levar qualquer coisa comigo. Ela olhava fixamente o poste onde eu estava parada, parecia que conseguia ver-me, ela piscava os olhos enquanto passava a mão no vidro da janela.
Ela sorriu e apertou a mão contra a janela, pude sentir sua pulsação. Sorriu novamente e virou a cabeça, acenando de leve. Senti que seus pensamentos estavam em mim, ela conseguia me ver; ‘impossível’, havia pensado comigo mesma.
Fechou os olhos e seus lábios disseram ‘venha’, enquanto os ombros relaxados desciam. Atravessei a rua olhando as pessoas tentando confirmar que a Morte não estava enlouquecendo. Elas não me viam, passavam entre mim deixando uma sombra preta, falavam de coisas banais já que todos um dia me conhecerão.
Passei pela porta ao seu encontro, olhando os seus olhos cansados enquanto ela me fitava, passou a mão novamente pela janela e com a outra me chamou para olhar. Respirou fundo, a janela ficou embaçada e ela passou a sua mão sobre a minha, mesmo vendo-me não podia me tocar.
Ela abaixou a cabeça e soltou algumas lágrimas, sua dor machucava-me como nenhuma outra, ela voltou seu olhar a mim e pronunciou vagamente ‘acidente, meus pais’. Coloquei a mão onde deveria ser meu coração e não senti nada, a Morte não tem coração, mas por um instante com aquela menina senti algo dentro de mim.
Abracei-a enquanto admirava as gotas de chuva escorrendo pelo vidro, ela fechou os olhos e sua alma estava em paz e sua dor havia sido cessada.

Pauta para Bloíquês, 17ª edição visual. Tema: Foto do texto.

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Ganhei este selinho do Rodolpho:

Ele não é uma graça? Você sabe de quem ou do que eu estou falando?

Ficção


   Ele falava em vão tentando convencê-la enquanto as roupas eram retiradas do armário e distribuídas em duas grandes malas de viagem. O jornal jogado no chão mostrava a matéria reportando sobre a morte de Hudson Osmed, na semana passada.
   Enquanto ele argumentava sobre como seria errado sair do país por causa de uma besteira ela respirou fundo e olhou-o nos olhos.
   -Você acha que é besteira eu ter matado o meu próprio pai?
   -Emily...
   -Não acrescente mais nada, eu terminarei de arrumar as minhas malas e sairei do país antes que eu seja pega.
   -Emily! Você tinha um motivo!
   -Motivo? Eu matei por causa desta paixão tola que eu tenho por você. Eu nunca devia ter confiado em você; fez-me matar meu próprio pai por medo que você fosse parar na delegacia.
   Continuou a arrumar as malas dando costas ao namorado complicado. Ele já havia cometido vários delitos e estava sendo procurado pela polícia, especificamente pelo pai de Emily; a própria filha, obcecada pelo namorado matou o pai.
   -Qual o seu plano de fuga? – Especulou Peter com os braços para o ar.
   -Eu vou para a rodoviária, pego um ônibus, saio de Vancouver e logo estarei em Washington.
   -E você acha que eu vou deixar você ir embora e me largar aqui? Sem casa, comida, proteção e dinheiro?
   -Eu tenho certeza que você vai se virar sem mim.
   Ela virou-se e desceu as escadas, deixando para trás o namorado. Com as malas nas mãos chamou um táxi para levá-la até a rodoviária; ouviu sirenes. Voltou-se seu olhar para o final da rua e avistou carros policiais virando as esquinas à sua procura. Recuperou o fôlego e subiu em disparada as escadas do prédio, encontrou Peter no caminho.
   -Gostou da surpresa?
   -Seu idiota, vão nos pegar!
   -Eles pegarão você, eu tenho uma fuga.
   -Não tem mais!
   Emily sacou a arma escondida no seu casaco e atirou em Peter fazendo-o cair no chão ensanguentado. Com ar superior pisou no ferimento e continuou a subir as escadas enquanto ouvia os policiais.
   Não havia saída no telhado, ela estava cercada e teria o mesmo destino que Peter, os policiais abriram a porta e apontaram as armas em sua direção. Ela olhou o horizonte e pulou do prédio.
   Caiu em uma rede de proteção e o diretor lhe deu os parabéns pela maravilhosa cena feita, a estrela de mais um filme realizou um salto perfeito em direção a morte fictícia.

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Pauta para Blorkutando, 86ª semana. Tema: Cinco palavras (em negrito).

Echo III


   Meus olhos cresciam a cada passo que aquela criatura dava, seus olhos sedentos e medonhos me assustavam, eu queria sair dali, mas as correntes estavam muito bem presas.
   Enquanto Gabby sorria maliciosamente, avistei Brad soltando-se das correntes com tão facilidade que me assustariam, mas naquela hora o medo já tomara conta de mim. Ele veio caminhando em direção a Gabby com uma estaca de madeira.
   Eliot cheirava-me enquanto batia as asas levemente, pairando sobre mim. Gabby estava na mira de Brad quando ele se virou e gritou:
   -Eliot! Ataque!
   Eliot virou-se rapidamente e engoliu Brad em uma bocada só, caindo no chão e transformando-se novamente no cientista louco que eu havia conhecido quando acordara.
   -Eliot, coma a garota!
   -Eliot já está satisfeito. – Arrotou e fez sair de sua boca a estaca que Brad segurava.
   -Você tem que comer a garota! Seu inútil! - Gabby tirou da cintura uma adaga e veio andando em minha direção. – Se ele não vai matá-la, eu vou.
   Debatia-me contra a mesa de pedra, fazendo o meu pulso sangrar pela força que puxava as correntes, lágrimas saíam de meu rosto lembrando de Brad. Gabby vinha calmamente, como se estivesse aproveitando a sensação de vitória.
   Olhei para o teto da caverna e uma ideia surgiu, voltei meu olhar para Gabby e depois Eliot, respirei o mais fundo que pude e gritei. O eco se espalhou por toda a caverna. Gabby caiu no chão segurando a cabeça enquanto Eliot corria de um lado para o outro; gritei novamente fazendo um eco mais forte ainda.
   Senti meu corpo cansado e minha respiração fraca, olhei para os lados, Gabby e Eliot estavam desmaiados no chão, fechei meus olhos respirando fundo, com a sensação de vitória. Não esperava que uma estalactite soltasse-se do teto e caísse no meio do meu peito, perfurando-o.
   Talvez nunca saberiam o que havia acontecido comigo e com Brad, talvez esse fosse o meu destino, morrer perfurada por uma estalactite, mas uma coisa que eu sei e que é certa; Gabby nunca se esqueceria de quem foi Jane Jones.

(Fim!)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Echo II


   Gabby Ages era o seu nome, sua pele era escura e seus olhos transpiravam raiva enquanto caminhava em minha direção. Brad me olhava em desespero enquanto, devagar, ela passava a garra de seu indicador pelo meu braço, fazendo-o latejar de dor.
   -O que você esta fazendo sua louca?
   -Jane, minha pequena Jane, até parece que não se lembra de mim. – Disse enquanto acariciava o meu rosto. – Faz tanto tempo assim? – Deu-me um tapa em minha face, que se virou na mesa de pedra.
   -Deveria lembrar de você? – Ela parou e bateu na mesa, que fez um enorme estalo.
   -Nós não somos tão parecidas, mas você deveria me chamar de querida tia Gabby.
   Eu arregalei os olhos ao constatar que ela era a minha tia, demorei alguns segundos até minha respiração voltar ao normal.
   -Depois que seu pai saiu de casa casou-se comigo, só que eu não tive filhos, sabe por quê? – Eu mexi a cabeça em sinal de negação. – Você simplesmente não deixou!
   Seu tom de voz era tão alto que ecoava por toda a caverna, Eliot olhava-a em tom de angustia.
   -Você pode não se lembrar, mas no dia em que te conheci você bloqueou os meus poderes e fez seu pai sumir, naquele mesmo dia.
   -Eu não me lembro. – Gaguejei.
   -Claro! Você tinha apenas três anos; e eu te sequestrei e trouxe para esta caverna, onde Eliot adormeceu-a por doze longos anos! E o seu querido namoradinho, Brad, foi um indivíduo que se meteu no caminho e não parava de falar, não houve outra escolha do que cortar suas cordas vocais.
   -E o que você vai fazer comigo?
   -Esta na hora de Eliot se alimentar, e ele só se alimenta de quinze em quinze anos, e hoje é o dia da sua refeição, sortuda.
   Eliot lançou-me um olhar faminto e transformou-se em um grande morcego, com patágios de cinco metros cada e enormes olhos vermelhos sedentos por sangue, o meu sangue.

(Continua...)


domingo, 16 de maio de 2010

Echo


   Eu corria pelos campos esverdeados cantarolando para o sol, com um sorriso estampado no rosto. Eu fechava os olhos e sentia o calor, as folhas faziam cócegas nos meus pés enquanto corria; apertei bem os olhos e acordei.
   Estava deitada em uma mesa de pedra, acorrentada pelas mãos em uma caverna escura e sem vida, olhei de canto e vi quem esperava nunca mais ver: Eliot.
   -Eliot?
   -Finalmente ela acordou, foram doze anos esperando o seu despertar!
   -Eu dormi por doze anos?
   -Sim, em um sono profundo.
   Ele me olhou por entre os óculos com aqueles lindos olhos cor de mel, enquanto perguntas passavam pela minha mente.
   -Está certo, o que você quer de mim? Para me manter presa e adormecida durante tanto tempo tem que haver algo envolvido.
   -Algo? Que tal alguém? – Ele apontou para a outra mesa de pedra e eu avistei Brad dormindo.
   -O que você fez com ele? – Gritei em voz alta que fez um eco na caverna.
   -Eu tinha que ter vocês dois para completar o meu plano, assim não seria perfeito.
   Brad moveu um braço e logo já estava acordado, olhou para mim e tentou falar, nada saiu de sua boca. Uma mulher surgiu de uma porta escura da caverna e gritou:
   - Tira dai, tira dai, ele devia ser preso! – Brad tinha se soltado e estava andando em direção a Eliot com o punho fechado e cambaleando. Eliot virou-se rapidamente e prendeu-o.
   -Você é mesmo um idiota Eliot! – Bravejou a mulher.
   -Eu não percebi que ele estava acordado.
   -Mesmo assim, deveria ter apertado mais as correntes. – Com um salto já estava do outro lado da caverna, apertando com as mãos as correntes de Brad, enquanto ele gritava em silêncio.
   -Você quer que eu comece? – Ela olhou para mim com seus olhos negros sedentos.
   -Começar o que? – Gaguejei.
   Ela levantou uma mão e fez aparecer às garras enquanto sorria maliciosamente para mim.

(Continua...)

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Pauta para Bloínquês, 17ª edição musical. Tema: Frase em negrito.
Pauta para Once Upon a Time, 44ª edição. Tema: Frase em itálico.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Lágrimas de um sorriso


   Novembro, ainda me lembro quando você foi embora naquele navio, justo no dia do nosso terceiro ano juntos. Meu coração ficou desesperado e inconsolável quando soube que partiria; não quis acreditar.
   Esperava alguma notícia, na esperança de te rever novamente, os dias eram frios e sem vida. Você era a minha inspiração e agora que se foi nada mais restou. Desolada e incompreendida, esperava a sua volta, para que pudéssemos novamente aproveitar os dias ensolarados e chuvosos juntos.
   Hoje minha esperança se foi, junto com todos os sonhos que guardei para mim. Hoje chove no meu mundo, pois perdi você no dia em que entrou naquele navio. Choro por não ter dito o que eu queria e por não ter feito coisas quando tive chance.
   Despeço-me na frente do seu túmulo, onde guardo as cartas que me mandou durante a viajem, aperto contra o peito e relembro das tardes que passamos juntos e que nunca irão de repetir. Lágrimas molham a face no meu rosto por te amar tanto e não poder te abraçar, mas sorrio quando lembro, que você me amou até o último suspiro de sua vida.

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Pauta para Bloínquês, 16ª edição musical. Tema: Frase em negrito.

Princesinha


   Era um sábado ensolarado quando acordei e não vi Sofia na cama, levantei-me procurando-a. Ela estava chorando, em um canto da sala, remexendo nos finos cabelos loiros. Peguei-a no colo e sentei no chão de madeira ao lado da poltrona.
   -O que foi minha pequena princesa?
   -Meu cabelo vai cair, papai? – Olhei naqueles desesperados olhos pretos, sem saber o que responder.
   -Depende de você meu bem.
   Ela encostou a sua face rosada na minha camisa branca e começou a chorar, seu choro era desesperado, aguçado e sem consolo. Eu não sabia o que fazer.
   -Papai, se eu morrer, vou ver a mamãe no Céu? – Abracei-a bem forte.
   -Você não vai morrer, Sofia. Nós vamos continuar a quimioterapia e você vai continuar linda como é.
   Ela passou as mãos entre os fios loiros e um tufo de cabelo saiu entre os seus dedos, foi quando ela se escondeu de vergonha, e eu disse que não a amo somente fisicamente e sim espiritualmente, pois não amamos um corpo e sim uma alma.
   Ela pulou em meus braços e começou a soluçar, enquanto eu a carregava para o quarto, cantando a sua canção preferida e a acalmando, pois ela sempre seria a minha princesinha, qualquer que fosse a sua aparência.

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Pauta para Bloínquês, 15° edição conto/história. Tema: Leucemia.

Under my umbrella


   A meteorologia nunca foi muito minha amiga, eu estava ali, sentada no banco, lendo o meu livro quando senti uma brisa de leve. Em poucos minutos eu já estava encharcada e meu livro não existia mais, sem guarda-chuva e totalmente ensopada.
   Enquanto corria para achar algum lugar seco esbarrei em um garoto que na hora caiu sobre mim com o seu guarda-chuva.
   -Desculpe-me. – Disse enquanto tentava retirá-lo de cima de mim.
   Nós ficamos em pé e ele sorriu, um sorriso enigmático, mas verdadeiro. Preenchia-me por dentro e me deixava aflita ao mesmo tempo.
   -Você não que uma carona? – Disse ele sorrindo enquanto apontava para o guarda-chuva, vendo que eu estava de braços cruzados e tremendo.
   -Adoraria. – Abri o maior sorriso que pude, e ele retribuiu com um de canto.
   Ele envolveu seus braços na minha cintura, tentando me esquentar e eu encostei minha cabeça em seu casaco quente, ele abriu a porta do carro e eu entrei.
   -Pegue o meu casaco, vai te manter quente até a sua casa.
   Ele sorriu enquanto tirava o cachecol e eu o admirava sem mesmo saber o seu nome.
   -Lucas.
   -O que? – Pisquei duas vezes depois que mudei a posição da minha cabeça que estava de lado.
   -Lucas, meu nome, é o seu?
   -Miranda.
   -Onde é a sua casa Miranda?
   -É na quinta com a Stranfoord.
   Ele ligou o carro e fomos em disparada para a minha casa, nenhuma palavra, apenas o seu sorriso de canto congelado na sua face. Na porta de minha casa, quis devolver o casaco, mas ele não deixou.
   -Pode ficar com ele.
   -Eu não posso.
   -Pode sim! – E deu novamente seu sorriso de canto.
   -Que sorriso é esse?
   -Qual? Este? – E sorriu novamente enquanto eu fazia sinal de positivo.
   -Eu não posso dar sorrisos muito largos, senão acabo gostando da pessoa mais do que deveria.
   Dei um sorriso largo mostrando que eu queria que ele gostasse de mim. Ele levantou as bochechas com o seu lindo sorriso que fechava os olhos e se aproximou, dando-me um beijo; senti que o seu sorriso ainda permanecia.

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Pauta para Blogueando, 30ª edição. Tema: Sorriso.

Selos!

 Enquanto escrevia os meus textos recebi comentários me informando de novos selos; aqui estão eles:

Este eu recebi da Chris e da Monique.

Este eu recebi da Chris.

E este eu também recebi da Chris.

Eu tenho um sério problema quanto a distribuir selos, eu sempre dou para os mesmo blogs por eles serem maravilhosos como são. Então resolvi não mandar para os de sempre (os blogs que eu tanto amo e sempre leio), vou distribuir para alguns blogs que conheci a pouco tempo, e me apaixonei pelo modo que escrevem e descrevem as situações.

Blogs:

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Love before dusk


   “Não há mais como ajeitar as coisas, as palavras perdidas estão escritas grossamente no papel, com manchas pelas bordas. O magoado deveria ser eu, com os sentimentos despedaçados por uma carta, onde nem eu sei direito o que significa.
   O futuro deveria ser silenciado pelo fogo que agora queima as suas cartas, o nosso futuro não foi nada para você. Há coisas que deveriam ser ditas, mas você não me deu a chance; não é por você ser do futuro que é superior a mim. Talvez eu queira recordar, mas agora não há volta.
   Você feriu os meus sentimentos no dia em que enviou a carta que agora, são cinzas para mim. Eu não entendo, depois de anos nos escrevendo você me envia uma carta onde o errado sou eu, que eu não deveria brincar com o futuro, com o seu.
   Ainda estou em dúvida sobre o que queria me contar, quando as reticências tomaram conta do papel junto com as desculpas. Alguma coisa de errado aconteceu, mas você tem medo de que o controle fuja do seu alcance.
   Estou confuso e triste, esta é a última carta que lhe mando. A caixa de correio, farei questão de queimá-la, para nunca mais receber cartas suas. Não desejo saber quem você é agora, no presente; desejo apenas que me esqueça, assim como eu.
   Talvez o futuro não seja tão promissor quanto eu pensei, mas não quero me adiantar. Ler um livro pelo final é como morrer sem saber que nasceu.”

   E mesmo com as cartas queimadas e o coração partido, nada lhe restou além de uma última carta dela, onde quase nada continha, mas muito dizia:
   “Para alguém que eu não conheci no futuro, por morrer antes de saber viver.”

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Pauta para Blorkutando, 85ª semana. Tema: A Casa do Lago.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Gol! Gol?

   Olhos atentos na televisão à espera que alguém faça um gol, a expectativa é grande, mas quando o gol é feito a casa fica em silêncio.
   Suzana nos olhou de cima abaixo e arregalou os olhos quando viu a sua mesinha de vidro preferida espatifada no chão, o alvoroço foi tanto que um pé na mesa foi o de menos. Ela saiu da cozinha, olhou bem fundo nos olhos do Cleyton e disse:
   -Todos fora da minha casa.
   -Suzana, não é para tanto. – Tentava explicar-se Cleyton, em vão.
   -Oba, se tem escândalo, eu vou gostar!
   -FORA!
   Todos os amigos saíram, a televisão foi desligada e antes que eu pudesse fechar a porta, olhei na fresta:
   -Não posso nem assistir?
   Apenas senti meu nariz inchado e vermelho, pela porrada na porta fechada.

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Pauta para Once Upon a Time, 43ª edição. Tema: Frase em negrito.

sábado, 8 de maio de 2010

Você veio


Ela balançava o vestido de um lado para o outro, as palavras repetiam-se na sua mente: “ele vai vir, ele vai vir, ele vai vir”. Era uma linda manhã de sol e ela tinha vestido sua melhor roupa, ele havia prometido um piquenique inesquecível.
Os minutos passavam enquanto ela olhava a sua sombra a espera dele, ela não percebeu nenhum sinal. Olhava para os arbustos tentando desviar a sua atenção paranóica.
Estava cansada de esperar, horas já haviam se passado e Roberto não aparecia; deu alguns leves passos em direção ao lago e ouviu uma voz. Virou-se imediatamente e viu Renato correndo em sua direção.
-Oi! – Disse ele arfando, com os cabelos pretos jogados no rosto, molhados pelo suor fazendo seus olhos pretos saltarem e ficarem em perfeita harmonia com o seu grande e charmoso nariz. – Fernanda?
-Oi? Oi Renato! – Deu um sorriso meio sem graça. – O que faz aqui?
-Eu vim trazer uma coisa do Roberto.
-O que é?
-É que, o Roberto não vem. – Ela arregalou os olhos.
-Como assim?
-Ele te pediu para entregar esta carta. Eu não abri.
Ela rasgou o canto, abriu e leu nos pensamentos: “Fernanda, nós não damos certo, o Renato gosta de você, mas não fala para ele que eu te contei. Boa sorte!” Ela olhou para Renato, amassou a carta e pulou nos ombros dele, dando um beijo.
-O que foi isso? – Ainda no colo dele de narizes encostados.
-Você veio. – E beijou-o novamente.

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Pauta para Onde as palavras de sobrepoem, 3ª edição. Tema: Foto do texto.

P.S. Primeira vez que participo, desejem-me boa sorte. No meu Word deu 25 linhas.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

The last sound


   Eu andava solitário pela rua sentindo os pingos de chuva sobre o meu pescoço, analisava o jornal com os olhos calmos, a manchete me chamava atenção:
   “Londres está com uma onda de assassinatos; os policiais dizem que o assassino não tem preferência quanto à vítima, homens e mulheres já foram achados mortos. O que mais surpreendeu os policiais e deu a certeza que eram todos de um mesmo assassino foram os furos nos pescoços e pulsos das vítimas, nunca se sabe quem será a próxima”.
   Dei um sorriso de canto confirmando mais uma vez que meu plano havia dado certo, quando eu atacar a próxima vítima, terei a certeza que Hilbert vai estar perto; desta vez ele não me escapa. Entrei em um bar e joguei o jornal no lixo, sentado, pedi um uísque. Ela entrou no bar com seus longos cabelos ruivos encaracolados, seu cheiro me entorpeceu, aquela era a próxima vítima. Olhei nos fundos olhos verdes, recitando algumas palavras, ela saiu do bar e discretamente eu fui atrás.
   Seus sentimentos eram meus agora, eu a guiava feito uma boneca para um escuro beco enquanto esperava Hilbert aparecer para me impedir. Ele deu um salto, descendo com leveza sobre as escadas do prédio. Quando se deparou com os meus dentes cravados no pescoço da ruiva, ele arregalou os olhos. Joguei-a no chão, limpando o doce sangue que escorria pelo canto da minha boca.
   -Era a minha namorada...
   Fiquei estatelado ao perceber que Hilbert estava chorando, eu havia matado a mulher do meu irmão. Aquele remorso tomou conta de mim e eu quis fugir, antes que eu pudesse dar o primeiro passo, Hilbert quebrou o meu pescoço. Foi o último som que eu ouvi.

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Pauta para Bloínques, 15ª edição musical. Tema: Frase em negrito.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Anônimos




   Alguém anônimo esta chamando por você, a barra do seu computador apita e logo já esta digitando palavras para alguém o qual nunca olhou, escutou a voz ou presenciou algum acontecimento.
   Somos anônimos para o outro lado da tela, somos invisíveis, mas tocáveis, com as palavras de desconhecidos que o rosto o qual tentamos decifrar está escondido nas milhares de milhas que separam as conversas.
   Talvez a convivência virtual seja mais sincera que a real. O que não se pode tocar com as mãos, as sinceras palavras tocam o coração. As mensagens que eu já enviei, todas na minha existência, foram mais sinceras do que eu jamais diria. Amigos eu fiz e mantenho amizade, namorados já passaram pelo meu botão de ‘enviar’.
   A quem não sabe como é sentir sozinha, um apito no computador é uma resposta, uma aceitação. Alguém, em algum lugar lembrou de você, ou quer apenas não se sentir sozinho também.

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Pauta para How Deal, 3ª edição. Tema: Experiências virtuais.
P.S. Primeiro texto que envio para o How Deal, desejem-me boa sorte.

Meus versos


   Ela é nova e inusitada
   Não há nada igual
   Brega ou descolada
   Ela é sempre natural

   O mundo perigoso
   Não esconde detalhes
   Ela é minha fortaleza
   Meu esconderijo de ataque

   Às vezes me pego olhando
   O horizonte tão infinito
   E percebo ao clarear
   Que o meu amor é mais bonito

   Não tente entender
   O que se passa na cabeça dela
   Ela é mãe
   Isso é só dela

   O mundo é complexo
   Isso porque você não conheceu a minha mãe
   A cada ideia maluca dela
   É só para depois de amanhã

   Espero o dicionário perfeito
   Que tenha a definição de mãe
   Pois o que escrevo agora
   Não é nem comparação

   Para quem eu amo tanto
   Para alguém que eu não sei descrever
   Estas simples palavras
   Parecem tudo dizer.

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Pauta para Blogueando, 29ª Edição. Tema: Especial Dia das Mães.

P.S. Para a minha mãe, minha fortaleza em momentos de solidão. Para a menina da foto.

Visions of a team

   A convivência em grupo remota do tempo das cavernas, onde todos se ajudavam; hoje em dia nós ajudamos por um infeliz acaso ou por necessidade.
   A visão do conceito ‘grupo’ é diferente para cada pessoa:
   Professor: Viver em grupo é essencial para o ser humano, principalmente para as notas e trabalhos, assim eu tenho que corrigir menos coisa e passo todos direto, sem ter a diretora no meu ouvido.
   Diretora: Grupos são bons, tirando a parte que os jogadores jogam os nerds na lixeira, tudo bem. Também retirando quando eles começam uma guerra de comida; e o queimado violento. Grupos são umas porcarias.
   Popular: Eu não seria nada sem o meu grupo, quem carregaria minha bolsa, minha maquiagem, meus livros? Livros? Para quer ler um livro se o meu grupo pode me contar o final?
   Metade dos jovens do mundo: Grupo é muito bom, você pode se relacionar com outras pessoas e ter a oportunidade de ter uma namorada(o). Os grupos também ajudam na hora do trabalho, várias cabeças pensando fazem um trabalho melhor e gastando menos material.
   A outra metade dos jovens do mundo: Eu não sei para que ter grupo, eu sou melhor sozinho. Eu vivo a minha vida com os meus amigos e falo com eles quando estou com vontade. Na hora do trabalho é só colocar seu nome quando o nerd não estiver olhando. Para conhecer uma garota(o) não é preciso grupo, vai para uma festa e então acaba acontecendo alguns beijos, mas nada de comprometimento.
   Cada um tem a sua forma de pensar quanto ‘grupos’, ele é uma coisa ruim e boa, tudo tem suas virtudes e defeitos. Trabalhar em grupo sem tirania é melhor do que ser sozinho, se você ainda não concorda...
   Nerd: Eu trabalho sozinho, recebo sozinho, ganho sozinho, eu sou sozinho. E não chegue perto de mim, ser de uma galáxia separada do universo inferior comedor de joaninhas e abelhas.

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Pauta para Blorkutando, 84ª semana. Tema: Em grupo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Irônico destino


3º lugar

   O futuro é imprevisível, a vida é feita de escolhas; e eu escolhi ser eu mesma. Nós fazemos nossa própria sorte, e então chamamos de destino; mas eu não acredito em destino. Nós não temos que esperar que aconteça, nós temos que fazer acontecer.
   Entre tantos meios de vida fui deparar-me com algo estranho e inusitado, uma sombra que não era a minha estava sobre o muro amarelo que eu admirava com os desenhos em grafite. Virei-me acompanhando o caminho da sombra pelo chão e olhei para o rosto que me olhava, tentando decodificar meus pensamentos.
   Era um rosto conhecido, um rosto do qual eu nunca havia pronunciado o nome por ele estar tão distante, agora eu poderia falar sem receios.
   -Matheus. – Falei em tom de surpresa com um sorriso estampado no rosto.
   -Oi Renata, o que você faz aqui?
   -Estou admirando a parede.
   -Você também tem este hobby?
   Antes que eu pudesse responder algo interveio na conversa e fez ele fechar os olhos, as mãos segurando o rosto em tom de adivinhação. Ele se virou segurando as mãos dela e beijando-a, deixando meu coração em pedaços.
   Olhei para o beijo pensando que ele havia se esquecido de minha irrelevante presença. Quando retornou o olhar novamente a mim eu já estava longe, no fim da rua, com o meu capuz, minha playlist e o meu destino; irônico destino.

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Pauta para Bloínques, 14° edição conto/história. Tema:Frase em negrito.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A dying scream makes no sound


   É uma história curta e rápida, desde que estou aqui, estirada no chão banhada pelo meu próprio sangue não tenho muito tempo para relatar com detalhes. A noite escura envolve os meus pecados que me fizeram parar aqui, mas nada disso importa mais.
   Mais um dia depois da escola e sou levada pelos meus amigos para um beco p’ra beber e fumar. Desta vez não foi muito diferente. Eu havia roubado cento e trinta e cinco reais da carteira do meu pai e estávamos gastando em bebidas e drogas. Murilo havia comprado uma arma; ofereceu a seguinte ideia de apontarmos a arma um para o rosto do outro, dizer o que odiamos atirar. Não havia perigo desde que a arma estivesse descarregada, Murilo confirmou.
   Michele foi à primeira, apontou a arma para Rodrigo enquanto Murilo filmava.
   -Eu odeio quando você diz ‘tipo assim’. – E apertou o gatinho, fazendo um ‘clec’, mas sem disparar.
   -Eu detesto essa sua camisa amarela. – Amanda apertou o gatinho em direção a Michel, realizando um ‘clec’, novamente sem o disparo.
   Guilherme apontou a arma para mim e antes que ele pudesse dizer algo, Murilo parou de filmar e repassou a atenção a um casal que brigava em frente. Retomando a atenção, deu uma nova ideia.
   -Guilherme, e se você desse a arma para a Rafaela e ela mesma atirasse nela? Será que você consegue, Rafinha?
   -Claro que eu consigo! – Respondi pegando a arma e apontando para a minha garganta.
   -Eu odeio quando você se acha a dona do mundo, quando quer que todos te respeitem e não respeita a si própria. Detesto o seu jeito de andar, falar e de fumar; nem isso você faz certo.
   Eu olhei para Guilherme, tentando decodificar tudo aqui.
   -Anda Rafinha, aceita as reclamações do Guilherme e atira, eu estou filmando e você não quer amarelar, não é?
   Apertei o gatinho e desta vez não ouvi um ‘clec’, mas sim um ‘pow’, eu estava sangrando. Todos começaram a gritar.
   -Murilo, o que você fez?
   -Eu mandei o Guilherme falar tudo aquilo, você é uma imbecil. Quando ninguém estava olhando eu troquei as armas por uma carregada, e você caiu direitinho! Tenha uma boa noite, Bela Adormecida!
   Olhei para os lados e apenas vi o Murilo desligando a câmera e todos indo embora, ninguém me acudiu ou chamou uma ambulância.
   Agora estou aqui, estirada no chão com o meu próprio sangue, morrendo a cada segundo pela falta de caráter de quem eu chamava de amigos.

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Pauta para Bloínques, 15ª edição visual. Tema: Foto do texto.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dia ou Noite?


Dia ou noite?

P.S. Essa foto foi tirada entre a geladeira e o armário, ficou realmente perfeita. Não há nada nela, photoshops e esses programas da vida; tirei sem flash, ao natural. A foto é totalmente NATURAL.

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Pauta para Bloínques, 5º Edição fotográfica. Tema: Céu.

domingo, 2 de maio de 2010

Coisas entre o Céu e o Inferno


   Ela voltou para o jornal com o troféu de melhor jornalista do século. Era difícil acreditar que Lois chegaria a um ponto tão alto de sua vida: entrevistar o diabo.
   Uma semana atrás ela fora despedida de seu emprego antigo e vagava pelo cemitério chorando no túmulo de sua mãe, lamentando-se por decepcioná-la; ela não conseguiu ver a filha se formar e agora ela havia perdido seu terceiro emprego em cinco meses. Falou algumas palavras emboladas e um buraco profundo se abriu no chão, engolindo-a.
   Acordou em um lugar escuro, sem vida. Via almas passeando pelo teto e o chão era quente e sujo como o de um vulcão. Ela apertou os olhos e olhou para longe, viu um ser pequeno, não mais de um metro se aproximar, suas orelhas eram chifres pontiagudos e ele era vermelho, com bochechas enormes. O ser se aproximou com um ajudante do lado, parecia te uns dois metros e um rosto muito ovalado, meio rosado:
   -Ela esta na lista? – Perguntou o baixinho.
   -Não senhor, parece que ela caiu aqui sem querer.
   -Tudo bem, qual o seu nome querida? – Disse o ser esquisito que tinha uma voz finíssima, comparada a uma cantora de ópera.
   -Lois, Lois Grahber.
   -Olá Lois, eu sou o Diabo...
   Ela levantou-se rapidamente antes dele terminar a frase, olhou profundamente em seus olhos que ardiam em chamas.
   -Diabo? – Gaguejou. – Eu estou no inferno?
   -Sim, esta! Mas foi um engano e logo estaremos te enviando de volta sem nenhum dano, sua hora ainda não chegou.
   Estando ali, no inferno e na presença do grandioso diabo, ela viu uma chance que nunca teve. Abriu sua bolsa, pegou a caderneta e a caneta.
   -Posso te entrevistar?
   -Como assim? – Ele fez de desentendido com a sobrancelha.
   -Entrevistar-te, para o jornal.
   -Eu não dou entrevistas.
   -Você pode ficar mais famoso. – Ela usou sua arma secreta contra o seu ponto fraco, ser mais famoso que o próprio Ser grandioso que esta no céu.
   -Tudo bem, pergunte o que quiser.
   E assim se passaram horas, ficaram conversando como se não houvesse amanhã.
   -E a última pergunta: como você se sente sendo entrevistado por uma mortal que não é uma das suas almas trancafiadas?
   -Sinto-me estranho por você esta aqui fazendo estas perguntas, mas ao mesmo tempo vejo uma chance inacreditável se me tornar mais grandioso do que Ele.
   -Essa foi à última pergunta, agora eu tenho que voltar.
   -Sim, eu entendo. Merlin! Faça que ela volte para o mundo dela!
   Ela caiu desmaiada e acordou no cemitério, dormindo ao lado do túmulo de sua mãe. Revirou a bolsa e viu que estava com a caderneta e a entrevista. Olhou novamente e viu sua câmera e pensou na oportunidade que ela perdeu de tirar uma foto dele; passando as fotos da câmera viu que Merlin, o ajudante, havia tirado fotos dele, do inferno e da entrevista sem ela notar. Ela viu a grande chance de ser a maior jornalista do mundo.
   Ligou para os seus contatos e foi para o The New York Times, publicou a sua matéria com as fotos e toda entrevista, e como estava se sentindo. Ganhou o prêmio de melhor jornalista do século, recebeu muito dinheiro, ficou famosa e agora, estava humilhando os jornais de quinta em que trabalhou.
   Passado sete anos, Lois bateu de carro e morreu. Acordou em um lugar macio, branco, olhou para cima e viu anjos tocando harpas. Visualizou um portão imenso de ouro se abrindo e Deus, com seus anjos e arcanjos ao lado vindo falar com ela.
   -Bem vinda ao Céu. Você agora é um anjo, deixou sua vida mortal para trás para se tornar imortal, aqui no Céu.
   -Nossa, eu sou um anjo. – Confirmou ao levantar-se e flutuar, com as novas asas.
   -Agora, Lois, você vai me contar uma coisa. Como é o inferno?
   -Como assim, Deus?
   -Eu quero saber de tudo o que você viu lá, o mal não pode reinar e você foi à escolhida para ir ao inferno e vir ao céu; para a paz reinar novamente. Quero saber todos os detalhes, a fraqueza dele, seus hábitos, realmente tudo.
   Quem diria que Deus, o rei de todas as coisas me faria à escolhida para trazer a paz de volta ao mundo, sem o mal. Ninguém tinha pensado nessa hipótese lá embaixo.

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Pauta para Once Upon a Time, 42ª edição. Tema: Ninguém tinha pensado nessa hipótese.

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Economia e Vida


   A economia que hoje administramos esta causando sérios danos na nossa vida. O respeito dado antigamente à vida tornou-se a cobiça por mais dinheiro. A sociedade esta em declínio quanto ao significado de economia e vida.
   A economia serve para gerar bens para a nossa sobrevivência, mas a ganância tem feito a vida girar em torno do dinheiro. Hoje em dia as pessoas só querem sucesso e ter tudo a toda hora. Os direitos da sociedade são afetados pela falta de consciência do mau uso da nossa economia.
   Antigamente havia trocas de mercadorias para o ser humano sobreviver, a moeda foi criada e todos mudaram, o dinheiro virou a nossa diretriz. Antes a economia era visada para a sobrevivência da população, uma casa confortável, uma boa educação e alimentação; coisas que a minoria da população tem acesso.
   Não há mais respeito pela vida, o sistema virou capitalista visando mais o bem que a própria vida. Hoje pessoas matam e roubam por dinheiro, já que a economia que deveria estar disponível igualmente para todos esta nas mãos de poucos.
   A sociedade ainda não aprendeu o conceito de economia e vida, duas coisas que estão atreladas e deveriam estar em harmonia. Enquanto nós não aprendermos a dividir e administrar o dinheiro, os grandes continuarão sugando toda a população sem consciência do problema já instalado.

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Tema da minha redação de Português do colégio.

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