quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Carnaval no hospital

   Eu sempre tive horror de hospital, agulha, enfermeira, médico e de tudo derivado de hospital, tanto da palavra quando do sentido físico e interior deste lugar.
   Um lugar que eu tenha mais horror do que hospital? Bem, não é um lugar, mas uma data, o CARNAVAL! Perguntam o porquê de eu não gostar, precisa responder?
-As músicas.
-A multidão.
-O xixi na calçada.
-O banheiro químico com cheiro de 'number two'.
-O suor.
-O barulho irritante.
-Pessoas bêbadas que insistem em ficar do seu lado.
   A população brasileira toda vai para um só lugar, na verdade dois, ou é aqui no RIO, ou é em SALVADOR (eu acho). Como eu moro no RIO (que tristeza me dá dizer isso no carnaval), a cidade lota, parece que passou uma tsunami de pessoas.
   Eu devo ter puxado isso do meu pai, pois minha mãe ama o carnaval, ela passou o domingo, a segunda, a terça e a quarta indo e voltando de Copacabana (onde mora o namorado dela, pois meus pais são separados e meu pai é meu vizinho) toda animada com o carnaval. Até ai tudo bem, pelo menos ela não me atormentava para ir, até que quinta eu resolvi acordar com febre, olha que maravilha!
   Minha mãe estava na casa do namorado, tinha ido dormir lá (Copacabana gente, sabe quantos km tem de Duque de Caxias até lá?) Medi minha febre e olha lá, 37.5, já passando do estado febril, liguei pra minha mãe e ela veio pra casa (uhuh, legal vai tudo melhorar). Que nada, comecei a vomitar, dor de cabeça, febre aumentou e lá fomos nós pro hospital, o médico que nos atendeu foi um que tinha dado um ‘esporro’ na minha mãe por ela ter me dado medicação sem ir ao médico e eu ter passado mal, mas até ai tudo bem, passou remédio e lá fomos nós para casa.
   Tomando o remédio, que é do tamanho de um ovo de dinossauro eu voltei a vomitar, uma, duas e três vezes. Voltamos para o hospital, nesse estado eu já estava mal, mas mal mesmo! Então veio a novidade, gastrenterite e amidalite. Nossa, estou tão feliz de saber o que eu tenho, agora vou tomar mais um monte de remédio, mas antes injeção na bunda (nem doeu sabe, dizem que eu tenho muita bunda e por isso não sinto nada, só quando eu caio jogando vôlei), mas ai a moça teve que tirar sangue, foi uma enfermeira diferente da injeção na bunda. Ela tirou um litro de sangue vermelhinho que um vampiro adoraria sugar de mim.
   Eu achando que isso já bastava até ela falar que eu tinha que ficar ali por duas horas esperando o resultado, tudo bem até ai; mas piorou, minha pediu para colocarem-me no soro, para quê?
   A mulher foi procurando a minha veia (que é mole de achar) e não achava, e olha que ela não usava óculos nem nada, ai ela foi indo a direção à mão...
   -Ei! Na mão não, coloca aqui na veia. - Apontei na direção onde tinha tirado sangue.
   A mulher não convencida foi um pouco mais pra baixo e colocou no meio do braço, mas ela fez um FURO ENORME; que doeu muito! Depois disso eu só me lembro de ter dormido.
   Acordei e o exame tinha chegado; viva! Mais uma porrada de remédio para eu tomar. A doutora tirou o soro (que sangrou muito depois que o algodão caiu), e nós fomos embora. Não vomitei e não tive mais febre até eu ir ao banheiro fazer xixi e o santo sair pelo buraco errado. Eu estava com diarréia. Isso podia piorar? Podia, eu fiquei toda assada (ui!).
   Agora eu tomo três remédio, o ovo de dinossauro, o comprimido branquelo e a cápsula do pum. Estou melhorando, já fui à aula, joguei vôlei (derrotei todo mundo só no saque), comi meu sanduba natural que eu fiz, já que só posso comer coisa light e nada de leite.
   Tudo esta voltando aos conformes, só tem uma coisa, eu estou odiando aquela enfermeira do soro, pois onde ela colocou-o está uma mancha de quatro, QUATRO, quatro centímetros bege, que ficou marrom e agora está verde. Estou virando um mutante!! Corram!
   Agora você ainda pergunta porquê eu tenho pavor de hospital? Qualquer dia desses vai sair um mutante de lá.

Pauta para Bloínquês, edição 4 de humor. Tema: Livre.

Como a chuva que cai

   Eu tenho medo de tocar o telefone, ligar e saber como vão as coisas. Eu tenho medo de me ferir novamente, igual da última vez que falei com ele; tudo não passava de ilusão e as ligações eram a única verdade que se foi.
   Eu não o conhecia, mas ele me conhecia, o telefone era a única linha de ligação entre nós, passávamos muito tempo conversando, perdendo os minutos que eu poderia estar tendo uma relação saudável, não com um cara pelo telefone.
   A última vez que me ligou foi na semana retrasada, desde então eu não recebo mais notícias, passo parte do meu dia esperando ele me ligar e com a sua voz doce dizer que voltou, pois é a única coisa que me faz sentir calma e feliz. Estou agoniada com toda esta situação, porquê ele não me liga?
   Desde a última ligação eu não paro de pensar nas palavras dele antes de desligar o telefone: “Tudo não passou de ilusão, apenas as ligações eram reais, só que eu preciso de algo mais real do que sua voz”. Minha voz; era apenas o que ele tinha e eu tinha a sua, além da certeza e confiança que ela me trazia; a cada palavra eu me sentia mais eu mesma.
   Eu não saio mais de casa, me camuflo na escola, os dias chovem sem parar e eu não sei o que está acontecendo no mundo. Há alguma forma disso tudo acabar? Ele me ligava tanto e agora, o que restou foi o telefone gasto de palavras ditas que não servem de nada se ele não está aqui para organizá-las.
   Eu sei que não foi certo me relacionar por telefone, mas era o único jeito de eu me sentir confortável. Talvez ele me ligue amanhã, eu tenho que saber o que acontece fora do meu quarto. O problema foi esse, sair. Como o céu estava cinza liguei a TV, mas minha mente se concentrava no telefone até ouvir uma voz diferente, era ele, o garoto que eu tanto falava.
   Lágrimas saíram de meus olhos quando soube que era mais um bandido que tentava sequestrar garotas e pedir fortunas de resgate, conquistando-as pelo telefone. Eu era uma das vítimas e passei meses de minha vida conversando com ele sem saber de nada, eu estava com ódio. Abri a porta de casa e fui para a chuva, fina e gelada, o parquinho molhado e a grama fresca, eu estava viva novamente; eu estava completa.
   O telefone se foi com as palavras ditas, mas minha alma voltou ao seu lugar, onde ela sempre deveria estar, pois nada nos pertence, como a chuva, ela cai do céu e escoa pela terra, fazendo as árvores crescerem e as flores brotaram, volta aos rios e depois a ser chuva, para refazer todo o ciclo da vida, e eu estava parada no tempo, sem ação. Como a chuva eu continuei o meu ciclo, e hoje sou discreta e fina, mas muito importante para fazer a vida continuar.

Pauta para Bloínquês, edição 5 visual. Tema: A imagem que está no texto.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Você é responsável por tudo aquilo que amas

   Todos já sentimos aquela vontade de falar ‘eu te amo’ para aquele garoto especial, mas na hora não sai. Não é coisa da cabeça, é do coração.
Hoje em dia ninguém mais fala ‘eu te amo’ de verdade, com os nossos familiares falamos todos os dias, nossos melhores amigos, nossos namorados. Todo mundo recebe pelo menos uma vez por dia um ‘eu te amo’. Isso até parece uma dose diária do medicamento da felicidade, se fosse isso todos estaríamos sendo amados.
   Mas se falamos tão facilmente e acreditamos tão facilmente porquê algumas pessoas vivem deprimidas, solitárias, carentes, com falta de amor? Porque essas pessoas não têm quem diga ‘eu te amo’ todos os dias. Crianças, idosos e adultos, principalmente adolescentes são atingidos por isso, é tão fácil dizer ‘eu te amo’ que nem acreditamos; mas algumas vezes é tão difícil que sentimos falta.
   Cuide bem de quem você ama, pois não há ninguém mais importante. Não desperdice o seu ‘eu te amo’ com coisas banais, pois eu digo ‘eu te amo’ para os meus pais todos os dias, mas com muita dificuldade para um amigo ou um garoto, eu só disse ‘eu te amo’ para quatro amigas muito especiais e um namorado, que ficou mais de um ano gostando de mim. As coisas levam tempo, por isso dê tempo ao tempo, o amor não nasce de um dia para o outro, ele tem que ser cultivado.
   "Você é responsável por tudo aquilo que cativas", e isso é a maior verdade. Diga ‘eu te amo’ apenas se tiver certeza e vontade.


Pauta para Blorkutando, edição 74. Tema: Falar de Amor não é Amar.

Aniversário Green

   Todos temos as nossas paixões, e a minha é o Green Day. Nunca perdi nenhum show deles, e haja dinheiro para me fazer viajar atrás da turnê deles, tentar comer nos mesmos restaurantes, comprar roupas parecidas e ser como eles.
   Lá estava eu indo para Londres, onde o próximo show ia acontecer, eu era VIP, assistia de camarote e ainda tinha entrada para o camarim, tudo presente de aniversário dos meus pais que seria no dia do show. Eu estava com a minha melhor amiga Chelsea no quarto mais lindo de hotel que eu já tinha visto, nós fizemos guerra de travesseiro, comemos muitos doces, brincamos de adedonha e ainda ficamos imaginando como seria abraçar os ‘Green Dayanos’ (chamamos assim, pois eles são do Green Day). E logo seria o nosso Dia Verde.
   E chegou o grande dia, gritamos muito, cantamos, dançamos e ainda imitamos o Billie tocando guitarra, a Chelsea acha os olhos verdes dele lindos. Quando acabou o show que foi perfeito, nós fomos para o camarim deles, era simplesmente inacreditável. O camarim era a cara deles, tinha fotos e coisas que eles usaram, estávamos ficando loucas quando eles chegaram. Traduzindo tudo:
   - Oi eu sou Chelsea.
   - Oi, eu sou...-Antes de completar a frase o Billie fez isso.
   - Cameron. – Ai! Ele sabia meu nome!
   - O nosso empresário disse que vocês estariam aqui. – Mike disse.
   - Legal, vou pegar alguma coisa para bebermos. – Tré Cool é óbvio.
   Eles beberam com a gente, assinaram fotos, conversaram sobre o show, a vida e tudo sobre eles, tiraram fotos e gravaram vídeos quando o empresário chegou para estragar tudo veio à surpresa.
   - Feliz aniversário. – Cantaram em coro os três para mim.
   - Vocês sabem?
   - É claro! – E cantaram a música de feliz aniversário pra mim.
   - Este presente é pra você.
   - Um presente? O que pode ser mais perfeito?
   - O que tem dentro, foi o Billie que escolheu. – Resmungou o Mike.
   O presente era simplesmente lindo, tinha todos os cd’s autografados com o meu nome e ainda com beijinhos, uma roupa que eles tinham usado no show, um pôster enorme e ainda por cima o que foi o mais lindo: uma camisa escrita Green Day com dedicações lindas para MIM! E pra finalizar ainda tinha uma sharpe verde (sabe-se que é do GREEN Day).
   - Muito obrigada pessoal. – Nos abraçamos, beijamos e nos despedimos.
   Foi surreal eu e a Chelsea no camarim do Green Day e eu ainda ter ganhado um presente deles. Foi o melhor aniversário da minha vida! E eu e Chelsea ainda vamos continuar seguindo eles até enjoarmos e acharmos outro vício, porquê dinheiro e paixão por eles são o que não falta em nós.


Pauta para Blogueando, edição 19. Tema: Meu ídolo, minha paixão.

Quando a Mia mia demais.

   Internet é uma palavra que não existe para mim, desde que comecei a visitar blogs de Ana e Mia. Eu sofro de bulimia e a maior das minhas companhias é a Internet, que me proporciona falar e desabafar com outras pessoas, até então minha mãe descobrir a questão de eu estar tão mal.
   Meu esôfago estava todo ferido, sabe-se que quando se vomita, o vômito vem misturado com suco gástrico, esse suco é tão forte que serve para desfragmentar os alimentos, corroê-los. Mas ele estava corroendo algo bem diferente, o meu esôfago. Quando o médico viu não acreditou, estava ferido, muito machucado, por isso doía para comer. Eram duas dores, comer e vomitar.
   Eram, pois depois que o médico disse que parecia que eu tinha dez anos de bulimia, e eu só tinha três, minha mãe me colocou na psicóloga. Eu achava que psicóloga era uma pessoa que ouvia problemas de doidos, nas três primeiras aulas eu não falei nada, até minha mãe me ameaçar de colocar-me em um colégio interno onde sou vigiada e se eu vomitasse seria chicoteada, pura imaginação, mas eu acreditei.
   Eu contei minhas histórias, meus medos, o que sentia quando vomitava, o sentimento de culpa quando comia demais. A psicóloga me ajudou, me deu dicas, uma dieta saudável, obrigações a fazer e cuidados a tomar. Eu continuava vomitando, mas não como antes, eu vomitava cinco vezes ao dia, cheguei a vomitar oito. Agora eu vomitava uma ou duas, mas isso foi melhorando.
   “É um sonho que está sendo realizado”. Eu pensava comigo mesma depois que li em blogs sérios sobre Ana e Mia, a bulimia (Mia) mata, meu esôfago estava tão mal que em dois meses eu poderia morrer por alguma doença dali. E a bulimia sempre tinha a anorexia (Ana) como consequência e vice-e-versa.
   Hoje escrevo este texto para o meu blog contra a Ana e a Mia, mas digo contra Anorexia e Bulimia, pois não adianta nomes carinhosos a estas doenças, sim, são doenças que viciam e matam. Hoje em dia alerto que quase morri por acreditar no que a sociedade diz, que devemos ser iguais. Você é magra? Parabéns, mas eu prefiro ser do jeito que sou, normal, com meu corpo saudável, meu esôfago em dia e minha menstruação vindo.

Pauta para Onde Upon a Time, edição 33. Tema: É um sonho que está sendo realizado.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Manequim 44

     Eu apenas sabia que eu tinha morrido, mas não como. Eu sempre pensei que quando morresse eu ia para o céu, mas aquilo era bem diferente do céu, era uma casa enorme, com vários diplomas e prêmios, muitas roupas de grife e uma piscina com um tobogã! Mas quando me olhei no espelho...
     -AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!! – É, eu dei esse grito que assustou até os passarinhos da varanda, eu estava gorda, cabelo liso e castanho, olhos pretos e bochechas enormes quando eu sorria.
     -O que houve? – Uma voz fina atrás de mim.
     -Quem é você?
     -Joana, e você?
-Eliana, quem mais eu seria.
     -Não, pelos seus diplomas você é Cristina. – Cristina Dakler.
     -Não, não, não! Eu sou a Eliana Futler.
     -Ei! Eu sou Amanda Futler, se você fosse a Eliana seria minha irmã.
     -Sua irmã era alta, loira, olhos azuis como o mar e adorava se lambuzar de chocolate com você?
     -Eliana? – Oh!
     -É!
     -O que houve com você?
     -Eu acho que reencarnei em outro corpo, pelo que sei eu morri há algumas semanas atrás caindo da passarela, ficando em coma e você desligando meus aparelhos.
     -Está bem, é você! Mas essa não é a nossa casa, essa casa é de Cristina Dakler, que é seu corpo agora. Você é uma famosa advogada e tem muito dinheiro, é muito inteligente.
     -Eu era linda, loira, alta, magra e burra; voltei como uma feia, morena, baixa, gorda e inteligente.
     -É, e o que você pensa fazer a respeito?
     -Vamos ver, só sei que voltei no manequim 44.
     E olhando a casa toda descobri que eu era mesmo inteligente, tinha 25 anos e era muito boa no que fazia, eu era rica e tinha um namorado, e ele era lindo, mais lindo que os modelos. E ele tocou a companhia.
     -Oi amor. – E me deu um beijo de tirar o fôlego, tinha rosas e girassóis espalhados pela varanda.
     -Feliz Aniversário! – Aniversário? Eu estava fazendo 25 anos?
     E ele entrou em casa, com o tempo tudo veio na minha cabeça, ele era um amigo de infância que tinha se apaixonado por mim, e ele era muito carinhoso, me enchia de beijos e abraços, coisa que eu nunca tive na minha outra vida; foi então que descobri que estávamos noivos, o casamento seria daqui a um mês e já tínhamos entregado os convites.
     Veio tudo em minha cabeça; a minha nova família, as coisas que eu gostava e odiava, o que eu fazia, o meu trabalho, EU ERA INTELIGENTE, isso era uma sensação muito boa! E eu aprendi a conviver com aquele corpo, não fiquei magra nem gorda, fiquei no 42, minhas roupas eram lindas e eu tinha muito bom gosto, era reconhecida pelo meu trabalho que eu fazia desde então com muito esforço.
     -Bom dia meu amor. – Luís me acordou, o meu noivo e futuro marido, depois de uma noite de amor muito boa, ele sabia o que fazer comigo para eu me sentir bem, era o cara mais perfeito do mundo. – Amanhã é o casamento, você tem que se arrumar com a Amanda. – Me deu um beijo e desceu as escadas para tomar café e resolver as coisas, ele era arquiteto e tinha sua própria firma, estava construindo a nossa casa, que neste ponto já estaria pronta.
     Desci para tomar café e encontrei Amanda, ela estava feliz por mim, mas ainda mais por eu ter deixado de ser aquela pessoa horrorosa para ser Cristina, a garota de 25 anos, inteligente com manequim 42, com coisas boas da Eliana e tudo de bom da Cristina.
     O dia do casamento foi lindo, eu estava casando com o homem da minha vida, Luís era tudo para mim, e ele sabia disso.
     -Sim.
     -Sim. – Eu disse, e ele me beijou. Não queríamos festa, queríamos apenas ser eu e ele, em Miami.
     E fomos para Miami curtir nossa lua-de-mel, que foi perfeita.
     -Eu te amo.
     -Eu te amo. – E foram as palavras mais sinceras que eu já disse na minha vida, tudo isso serviu para eu encontrar quem eu realmente sou. Eliana Futler havia morrido e Cristina Dakler só tinha começado a aparecer.

Pauta para Blorkutando, edição 73. Tema: Eu Interior.

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Rapidinho, clica na imagem e olha. Pet do mal!

Labirinto dos Deuses - Parte VII

 Ao final do labirinto a imortalidade é a benção.

     Já se havia passado um tempo e nada, quando abri os olhos Átropos tentava cortar o fio, mas não conseguia.
     - Por que não quer cortar? Que droga é essa? – Disse Átropos nervosa.
     - O amor foi mais forte do que tudo, e nem você pode separá-los. – Zeus é o cara!
     Leona olhou para mim e depois adormeceu só acordando no outro dia.
     - Foi apenas um sonho para você, mas nada se compara a sua cara de assustada agora. – Já estávamos em casa e felizes.
     - Art, então foi tudo verdade? Até a marca no seu braço?
     - Sim, esse raio significa que eu consegui passar no labirinto e você tem uma igual.
     - O que a minha significa?
     - Que agora você é imortal.
Enquanto isso no céu.
     - Eu disse que eu era o cara, e o Art puxou isso de mim!
     - Mas eu o ajudei!
     - Fecha a matraca Chris antes que você volte a ser um imortal.
     - Está bem todo poderoso!
     - Ah, gostei; Zeus, o todo poderoso. Mas olha as piadinhas de mau gosto!
(Fim)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Percy Jackson e os Olimpianos: O ladrão de raios

     Gente, eu vi esse filme na estréia e é muito bom! Os atores, as cenas, a direção, tudo! E sem falar que o Logan Lerman (que faz o Percy) é um gato. Eu vou procurar ler os livros, pelo que me parece são muito bons. Mas voltando ao Logan, gente, tem alguém mais lindo e fofo com esses olhos azuis e essa cabelo preto? Não, não tem; eu acho que ele vence todos da minha listinha de GATOS, ele faz aniversário dia 19 de janeiro (capricórnio *-* ) e tem 18 anos, mais perfeito do que isso? Acho que não.
     A essa hora minha prima estaria assim:
     -A pai, me leva pra ver o filme, me leva pai!
     - Filha, nós vamos viajar, quando voltarmos eu vejo se te levo.
     - O que? - E ela morre de um ataque cardíaco.
     Dizem que Percy Jackson e os Olimpianos vai tomar o lugar de Harry Potter, já que a série de filmes está chegando ao fim; mas veja as coincidências:
= O principal é um gato.
= Sempre tem alguma coisa relacionada aos seus pais e a vingança.
= Um garoto com passado UAU com um amigo cheio das piadas e uma garota que manda melhor em tudo do que ele.
= Uma série de livros grossos e viciantes.
= O pessoal começa a ficar louco um mês antes da estréia.
= Livros devorados em dois dias (ou menos dependendo da pessoa.)
= A divisão entre o nosso mundo e outro. (No Harry foi o mundo da bruxaria e no Percy os dos Deuses.)
= Seres que nunca ninguém viu nos outros mundos.
= Tudo acaba em pancadaria.
     Viu como as coisas são parecidas? Bem, terminando este post eu escrevo para vocês:

VÃO VER ESSE FILME AGORA OU IRÃO SE ARREPENDER!
     E obrigada pelos comentários nos posts anteriores.
     Eu achei uma foto do beijo entre o Percy e a Annabeth, mas essa cena foi deletada no filme, que pena.

P.S.: O meu conto de sete dias não foi baseado neste filme, mas depois que eu vi o filme eu notei "Putz, tá muito parecido, tomara que ninguém pense que eu tirei a ideia do filme". Mas é sério, eu não tirei; se quiserem uma prova perguntem a Blanca pois ela estava aqui em casa quando comecei a escrever!

Labirinto dos Deuses - Parte VI

A luz no final do labirinto.

     - Depende, ele tem 100 mãos e 50 cabeças! Queime!
     Foi o que fizemos, usei o fogo contra ele e matei-no. Agora a hidra, essa foi fácil, bem; mais ou menos. Usei a espada para cortar as cabeças, uma por uma, cada vez que eu cortava uma me apareciam duas no lugar, então usei o fogo, cada vez que cortava uma cabeça queimava o pescoço para cicatrizar e enfiei uma flecha de Apolo em seu peito.
     O difícil foi o gigante, já estávamos sem tempo e ele não morria, usei todas as armas, mas nada adiantava.
     - Arthur, você já leu sobre gigantes?
     - Eu? Sei lá, acho que não, e você?
     - Também não. – Aaaaa, garoto chato!
     Nesta hora Dríades, a ninfa das florestas aparece.
     - Para derrotar um gigante, deus e humano tem que unir forças. –Sussurrou.
     É isso! Deus e humano tem que lutar juntos!
     - Chris, quando eu falar já você pega a espada eu o arco e matamos o gigante junto, ta?
     - É pra já!
     E foi o que fizemos, quando eu falei já nós dois fomos para cima do gigante e matamos ele; nesta hora o labirinto se fechou atrás de nós e a ampulheta estouro, mostrando que o último grão de areia havia caído e não tinha mais tempo.
     - Acabou Art, acabou tudo.
     - Não, não pode ser.
     Corri para os braços de Leona, que agora era real, ela ia morrer e eu não podia fazer nada, fiz carinhos, beijei-a, aproveitei meus últimos segundos com ela antes que Átropos cortasse o fio.
     - Arthur, o que houve meu filho?
     - Pai, eu não consegui, e veja, ela vai morrer e eu vou vagar pelo labirinto. – Disse chorando.
     - Nem tudo é o que parece ser, Art. Milagres acontecem.
     Leona estava encharcada com minhas lágrimas, quando olhei para o céu vi Átropos com a tesoura.
     - Corte o fio dela, mas corte o meu também!
     Na hora em que Átropos foi cortar o fio eu fechei bem os olhos e beijei Leona, esperando que a morte se aproximasse.
(Continua)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Labirinto dos Deuses - Parte V

 Obs.: Dragões soltam fogo.

     Depois de atravessar a ponte a surpresa, encontramos um campo de dragões, vermelhos, verdes, azuis, amarelos, pretos, cinzas, de todas as cores inimagináveis.
     - Chris, você não vai lutar com eles.
     - Eu vou!
     - Não vai! – E empurrei-o novamente para a relva, mais forte ainda.
     Defendi-me dos ataques de fogo com o escudo, sempre rodeando os dragões, usei o fogo para queimar suas patas, assim eles ficariam presos ao chão e são conseguiriam voar, depois lancei a lança no coração de cada um. Um por um foi caindo e seu sangue foi dando vida a novas planta. Depois dessa briga estava cansado e com sede, então bebi um pouco do vinho que Dionísio me deu e fiquei mais forte do que antes. Acordei Chris depois que usei o poder de adivinhação que Hermes me concedeu e pressenti gigantes e hecatônquiros perto de nós, além de que a saída também.
     A ampulheta já estava quase vazia quando avistamos a saída do labirinto e a imagem de Leona. Sai correndo em busca dela quando um hecatônquiro me pegou e jogou-me longe. Chris avistou um gigante.
     - Isso pode piorar? – Pra que eu fui falar, me apareceu uma hidra.
     - Valeu Art, mais um! – Chris falou com cara de deboche.
     Lá fomos nós, primeiro o hecatônquiro, usei o poder de matar de Hades para derrotá-lo, mas não foi suficiente para matá-lo.
     - Isso não morre?
(Continua)

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P.S: Consegui escrever o texto para o concurso da Meg Cabot, com 500 palavras certinho. Vamos ver se eu consigo ganhar! Boa sorte para mim!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Labirinto dos Deuses - Parte IV

Mortal à vista.

     - Morreu também, a Átropos cortou o seu fio quando a ampulheta estourou com o último grão de areia.
     - Mas e a vida dela?
     - Ela não tem mais vida, e a família dela, por relatos aqui em Delos, pensou que ela morreu dormindo.
     - Dormindo?
     - Sim, para Melanie e agora para Leona isso tudo é apenas um sonho, se você não chegar a tempo ela morre e você vive como um imortal, se você morrer ela morre. Tudo não passa de um sonho, apenas um sonho.
     -Chris ainda existe?
     - Claro, ele deve estar vagando por ai, ele vai ficar aqui até ele morrer.
     - E ele ainda não morreu?
     - Ele ainda não morreu porquê ainda ama Melanie, quando deixar de amá-la, ele não saberá o porquê de estar vivo e se afogará nos meus lagos. Se você não quer o mesmo destino, corra. – E sumiu entre o pântano.
     Agora eu já sabia o que viria a seguir, talvez alguns sátiros. Senti um vento quente e supus que seria Nótus, o vento sul formando nuvens quentes, o tempo estava abafado e os grãos de areia se esgotando. Mas eu estava certo, avistei um campo com muitos sátiros e já sabia o que fazer, peguei a luz para cegá-los e as flechas do amor de Eros para acalmá-los, e funcionou, todo ficaram calmos, bem calminhos. Menos um agora faltava mais alguns antes de encontrar Leona, mas o que encontrei foi bem diferente de Leona, foi Chris, ele estava mesmo chamando a Melanie.
     - Chris, Chris, levante-se, Melanie morreu.
     - Ela ainda está viva eu sei. – Todos esses anos e ele se convencendo disto.
Ele estava muito alabastro, muito mesmo, conversei com ele, contei a verdade e parecia que ele tinha se convencido.
     - Ela morreu mesmo? Então eu quero ajudá-lo a salvar Leona, Art, você não merece o mesmo destino que eu.
     E lá fomos eu e Chris. No caminho encontramos Gógona, mais conhecida como Medusa. Ela logo ficou em estesia com Chris, mas tampei seus olhos antes que ela o torna-se pedra.
     - Chris! Proteja-se!
Empurrei Chris para a relva e enfiei no coração de Medusa a lança de Ares, cegando-a com a luz e protegendo-me com o escudo de seu olhar petrificaste.
     - Sabe porquê a Medusa ficou assim?
     - Por quê?
     - Sua beleza era idêntica a de Atena, e ela era má, por isso ficou deste jeito, Atena a transformou nisto.
Depois desta conversa ligeira e Medusa morta fomos andando em direção ao lago e encontramos Néfeles, a ninfa da chuva e das nuvens. Ela nos guiou até uma ponte.
     - Daqui por diante vocês terão seu desafio final, cuidado com os dragões.
     - Dragões?
(Continua)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Labirinto dos Deuses - Parte III

 São apenas Titãns.

     O mais impressionante era que no meio da floresta havia um campo com um rio, onde Oceanus governava; montanhas geladas e com árvores mortas, tudo de Créos; Tétis tomava conta de um imenso mar ao logo da montanha; Céos tentava ficar mais inteligente com uma pilha de livros; Febe estava admirando a lua e Téia, do castelo, estava vendo tudo, sendo uma titãn da vista. Inacreditável quando todos vieram contra mim.
     - Ai meu Zeus, o que eu faço agora? – Foi quando avistei Limnátides, ninfa dos lagos e pântanos perigosos.
     - Raio, escudo, fogo. – Sussurrou para mim.
     E foi o que eu fiz, peguei os raios, o escudo de Atena e o fogo de Ártemis e lutei contra os titãns. E por incrível que pareça eu venci cada um deles, o mais difícil foi Céos, mas com a inteligência de Atenas eu venci, nada é mais forte do que isto. Vencidos eu fui à busca de Limnátides, a ninfa que havia me ajudado, chegando perto do pântano ela se levantou.
     - Parabéns, os que passaram aqui antes não tiveram a sorte de ganhar minha ajuda.
     - Antes? Como assim?
     - Zeus não lhe contou? Chris, um outro Deus foi submetido a este teste também, ele morreu no meio do caminho atacado por dragões.
     - Dragões, aqui tem dragões? – Meus olhos arregalaram.
     - Claro, dragões, górgona, sátiros, hecatônquiros...
     - O que são hecatônquiros?
     - Animais de 100 mãos e 50 cabeças.
     - O QUE? – Meu coração foi a mil! Foi na boca, voltou, bateu no peito, saltou de pára-quedas e quase teve um enfarte. - 100 mãos e 50 cabeças? Tem certeza?
     - Claro, eu mesma já vi um! Os gigantes são horríveis.
     - Gigantes? – Nesta hora, se a força do amor de Afrodite não me segurasse estaria correndo que nem uma menininha.
     - Pois é.
     - E o que aconteceu com Chris, ele morreu?
     - Na verdade, não. Ele apenas foi atacado e morreu, mas como ele era um Deus ele ressuscitou, o problema é que ele agora virou um mortal.
     - Mortal? Isso é possível?
     - Sim, e agora ele estava vagando pelo labirinto ainda chamando a sua amada, ‘Melanie, Melanie, Melanie, Melanie!’
     - Esse era o nome dela? Melanie?
     -Sim, e ele amava muito ela, só que ele não usou o escudo contra o dragão e ele se queimou, nascendo uma cerejeira sobre as cinzas dele.
     - E a Melanie?
(Continua)

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P.S.Gente, eu fiquei em 4º lugar no Bloínquês, clique para ver aqui. Fiquei também em PRIMEIRO no Post It, veja aqui.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Labirinto dos Deuses - Parte II

As primeiras batalhas

     - Suas horas chegaram! – E atirei com o tridente de Posêidon, mas eles não morreram. Peguei o raio de Zeus e joguei contra eles, mas não caíram, resolvi pegar a espada indestrutível de Hefesto e lancei contra eles. As junções dessas três armas fizeram todos caírem e virarem cinzas.
     Olhei para o céu e os grãos estavam caindo e eu preocupado. Mas minha preocupação logo foi desviada para outro ponto.
     - Harpias? Isso ainda existe?
     É, existe sim, e isso me deixa frustrado, mas nem tanto quando a espada de Hefestos não funcionar.
     - Eu mereço não é? – Mexi na bolsa e peguei a primeira coisa que vi, o arco de ouro de Apolo, mirei e atirei uma por uma nas Harpias, cada uma que caia fazia uma árvore brotar no chão. – Estranho.
     Senti um formigamento agradável na espinha, quando olhei era Zéfiro, achei que podia confiar neste. E podia. Segui seu agradável frescor até Dríades, a ninfa da floresta, que me guiou pela floresta até o outro lado.
     -Valeu!
     Valeu uma ova, quando notei que estava no campo de centauros, mas logo depois havia um lago, e eu tinha que passar para o outro lado. Como eu já sabia que nada derrota um monstro sozinho, peguei o raio, o tridente e a espada e lancei com toda a minha força nos centauros, quando o primeiro caiu, todos vieram enfurecidos para o meu lado, mas eu dei conta do recado. Sobrou apenas um medroso.
     - Você é o primeiro Deus que derrota todo os de minha espécie, por favor, deixe-me guiá-lo sobre a água. – E confiei no centauro.
Quando estávamos caminhando sobre a água o centauro foi puxado fortemente para o fundo, aparecendo Nereida, a ninfa dos mares.
     - Nunca confie em um centauro, você não teve treinamento não? – Eu tinha cara de quem teve treinamento? Deu vontade de dizer isto na cara dela. – Não confie em ninguém, apenas das ninfas.
     - Ta certo, eu já vou indo.
     - Não vá pela floresta, ou será devorado por titãns.
     - Titãns? Fala sério, é uma floresta, cada titãn tem seu lugar natural.
     - Não vai confiar em mim? – E sumiu nas profundas águas.
     Olhei para o céu e a ampulheta estava mais vazia e eu conseguia ver Láquesis mexendo no fio e Átropos com a tesoura, aflita para cortá-lo. Segui o meu caminho e entrei na floresta, logo senti uma chuva vindo, era Eurus formando-a, corri o mais rápido que eu pude, pois sabia que se ele chovesse demais alagaria tudo e eu ficaria preso. O problema maior foi quando me deparei com os titãns, a Nereida estava sendo honesta comigo.
(Continua)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Labirinto dos Deuses - Parte I

     Olá pessoal que tem computador e vive fuxicando a vida nos blogs dos outros...eu vou começar a escrever um conto, na verdade ele já está pronto, era para este concurso só que lá pedia 500 palavras, o meu texto deu 2,541, não dá para mandar assim, né?
     Pois bem, eu estava querendo mesmo fazer um negócio destes então por uma semana (ou 6 dias), sempre terá um pedaçinho novo a cada dia, então aproveitem bem. É sobre Mitologia Grega.

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A prova dos céus.

     Foi apenas um sonho para ela, mas nada se compara a sua face assustada quando lhe contei a verdade.
     Está tão claro como o dia em que ocorreu a Revolta dos Deuses, eu sei que devia ter contado antes, mas ela não ia acreditar em mim, até ver o raio em meu braço. Ela estava em um sono tão tranquilo quando adormeci ao seu lado, mas o que eu não contava era que quando eu acordasse estaria em um labirinto, e no céu meu pai falando comigo, Zeus.
     - Arthur, como você pode deixar-te levar por uma humana, quando você é um Deus!
     - Você não entende Pai, eu amo a Leona.
     - O que eu não entendo é porquê você me deixou chegar a este ponto Art.
     E nesta hora, no céu, todos os Deuses apareceram sobre as nuvens, cada qual com a sua arma, cujas estavam sendo dadas para mim.
     - Art, todos os Deuses estão aqui para lhe dar os seus presentes; com estes presentes você lutará neste labirinto contra todos os seres místicos e perigosos de Delos, onde você está, Leona está do outro lado do labirinto, e para salvá-la terás que correr contra o tempo de minha ampulheta, quando o último grão de areia cair ela está morta.
     - Por que tudo isto Pai?
     - Porquê você é um Deus e está com uma humana! – Seu tom era de revolta e decepção contra seu filho favorito. – Se você não vai deixá-la por bem, então terás que enfrentar o labirinto! As Moiras cuidaram disto, Cloto deu a vida a sua amada, Láquesis deu contínuo a vida dela, mas tudo está nas mãos de Átropos, que está a alguns grãos de areia de cortar o fio da vida de Leona. Se quiser salvá-la, corra.
     E todos os Deuses sumiram, deixando apenas suas armas de batalha com um bilhete de meu Pai: “Eu te amo filho, por isso lhe darei uma chance de salvar Leona com as armas de todos os Deuses, tome cuidado com os ventos, alguns te levarão ao lugar errado, mas confie nas Ninfas, elas te guiarão”. Depois da última palavra dita o bilhete se queimou. E confiante eu entrei no labirinto imaginando as criaturas. Que Pai estoico eu tenho!
     Não demorei muito encontrei Erínias voando sobre o labirinto, quando me viram voaram para me atacar, mas destruí-las com o tridente de Posêidon. Senti na espinha um vento frio, era o Bóreas, o vento Norte me puxando para outro caminho, quando senti algo me puxando, era Oréada, a ninfa das montanhas e grutas me levando para o caminho oposto.
     - Confie em mim, Bóreas logo vai fazer chover, se proteja na gruta.
     Confiei em Oréada e me escondi na gruta, mas o que não contava é que ciclopes apareceriam.
     - Não era para eu confiar em você?
     - Eu não sabia que havia ciclopes aqui. – E mergulhou no escuro da caverna deixando-me sozinho.
(Continua)

Você ainda acha que a sua vida é difícil?

               17 de abril de 2009

     Eu nunca pensei nas consequências que um amor me traria, para falar a verdade eu nunca fui muito ligada nos assuntos amorosos; eu sempre fui mais, na minha.
     Nenhum garoto, nenhum mesmo ligava para mim, e ligar no sentido de falar, não de telefonar, pois eles nem pediam meu número de telefone. Eu tenho uma mãe estérica, um pai solitário, uma irmã mais nova chata e um irmão mais velho nerd; quer dizer que sou a filha do meio, e as filhas do meio nem sempre têm um bom futuro, no sentido sentimental da vida.
     Meus pais já não se falam muito por meu pai ter enchido das falações da minha mãe pela mesinha está com mancha de copo d’água umedecida. Minha irmã brinca muito de boneca e meu irmão é viciado em computador e pega todas da escola, mas não tem tempo de me ensinar a pegar todos. A, já ia me esquecendo, minha irmã tem 9, meu irmão tem 16 e eu tenho 13, ô vida dura a minha.
     Minhas notas sempre foram na média um pouco mais altas, só por isso eu sou um ‘pouco’ notada no colégio, as pessoas querem colar de mim. E foi num dia desses de testes que o professor notou que uma garota estava colando de mim, e pra falar a verdade eu nem estava notando, mesmo! Fui parar na diretoria junto com a minha mãe, que deu uns ‘fanikitos’ no meio da diretoria com a mãe e a garota junto com o diretor olhando para minha cara pensando “É por isso que ela é deste jeito, olha só a mãe!”.
Depois de levar um sermão do diretor e o professor me passar para a primeira carteira minha mãe ainda brigou comigo dizendo que eu era uma retardada, desleixada e idiota por deixarem colar, e que se as outras pessoas estavam colando eu também, então eu a interrompi:
     - Foi buscando acertar que às vezes eu errei, mãe!
     Ela me olhou como se não estivesse entendendo nada.
     - Todas as vezes que alguém cola de mim eu sou útil, eu tenho uma família que não me dá atenção, eu não tenho amigos, os professores me olham torto por eu ir para escola todo dia de olheira por escutar você e o papai brigando a noite inteira. Eu estou cansada de ter que aturar isso mãe, eu preciso de alguém que me dê carinho, eu preciso de você.
     Eu desabafei pensando que ia fazer alguma diferença.
     - Então peça para o seu pai ir às reuniões e ler uma história antes de dormir, por falar nisso, está de castigo uma semana, e se falar assim comigo novamente vai para a escola de verão. E SEM AMIGOS. – Ela fez questão de gritar bem alto no final enquanto subia as escadas.
     Eu só lamento a minha vida, dela ter que ser assim, mas eu faço o meu melhor, só que as pessoas não enxergam isso.
     - As pessoas iriam enxergar se você deixasse elas enxergarem. – Meu irmão filosófico hoje.
     - Como assim?
     - Samantha, tudo é uma questão de escolha.
     - James, abre o jogo, o que ta pegando?
     - Você não vê e Caroline? Ela tem amigos porquê fala o que quer e não se importa com que os outros vão pensar dela. – O que James? Ele ta ficando biruta!
     - Ela só tem 9 anos.
     - Sam, nada adianta se você se machucar antes de tentar. Faça o melhor que você puder.
     Então eu pensei nisso, James estava certo, eu tinha que fazer o melhor que eu podia, então prometi a mim mesma que amanhã será um novo dia, pois com essa chamada do diretor talvez o pessoal ache que eu sou má.

Obs.: Cara Sam, você é muito idiota de deixar a chave do seu diário de baixo do travesseiro, ai, só vai mais uma dica, quando você for escrever no seu diário não coloque meu nome verdadeiro, e se alguém ler isso e achar que eu sou legalzinho com a minha irmã? E que foto é essa da gente quando eu tinha 10 anos?  Se liga Sam, e você não é MÁ! É só mais uma que foi parar na diretoria e ninguém vai lembrar, nem o diretor. Quer apostar cinco pratas?!

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Pauta para Bloínquês, edição 03. Tema: 'Foi buscando acertar que as vezes eu errei'.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sinceramente, eu escrevo muito.

     Não me lembro muito bem, ma s o que sei por relatos de minha tia e meus pais é que eu sempre fui muito envolvida com livros.
     Meu primeiro livro foi um livro de banheira, aquele de plástico com enchimento de ar para boiar na água, era colorido e descrevia em máximas duas linhas a figura, sempre tendo em mente da criança, que seria eu, usar a criatividade e continuar a descrição.
     Logo que entrei na escola, no jardim, já desenhava bastante, meu pai dizia que era porquê ele desenhava bem e eu herdara isso dele; no final das contas minha mãe até encadernou os meus desenhos dizendo que meus filhos iriam adorar ver como eu desenhava bem, que para mim naquela época, eram garranchos. Mas com o passar do tempo eu fui vendo que os desenhos faziam parte da escrita, pois minha tia Rosa sempre contava várias histórias nos velhos livros da sua estante.
     Eu podia dizer que fiquei meio traumatizada quando no C.A. não ganhei a estrelinha dourada, que era muito importante para mim, mas acabei ganhando algo melhor que a estrelinha, pois ela que fez querer acertar mais.
     Depois de cobrir pontinhos, acertar as letras, ouvir histórias de toda a família, e olha que a minha família tem mais de 70 pessoas, eu finalmente comecei a escrever, odiava a minha letra mas fazia tudo à mão, costume. Fiz um caderno de poesias, escrevi vários textos para a escola e até fiz um blog.
     Nada se compara a sensação de ler um livro, e eu nunca fui de degustá-los, pergunte aos meus amigos e saberá que livros comigo duram menos que uma semana, talvez até um dia. O importante é que mesmo eu tendo sido criada em uma família de professores, alfabetizadores e publicitários eu ainda erro, e erro muito, até na escrita.
     Não podemos aprender tudo em um dia, demorei mais de 7 anos para ajeitar a minha letra, que ainda não é uma das melhores; minhas ideias fluem melhor quando estou debaixo d'água, deitada ou dormindo, pode acreditar; e na escola eu sou inteligente, o problema é quando eu me empolgo demais e acabo escrevendo com esta minha letra um texto enorme como esse, ocupando 3 folhas frente e verso do caderno; espero que ele dure até o final do ano.

Texto para o caderno de redação no Colégio Santo Antônio.

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P.S: A parte "ocupando 3 folhas frente e verso do caderno; espero que ele dure até o final do ano" se refere ao meu caderno de redação, onde foi escrito este texto.