Penso que estou muito longe de ser entendida.
O barulho dos meus passos não se cessa,
À medida que peço pelo silêncio.
Os pesares que atormentam minha alma
Não se comparam aos seus.
Então, pego-me novamente tocando em seu nome.
O vazio que preenche,
O paradoxo que alimenta esperanças,
Os olhos que se cerram esperando o pôr-do-sol.
E quando o brilho me cega,
Já não vejo mais a bela paisagem,
E a luz da minha dúvida
Enfraquece-se à medida com que eu ouço meus passos nas pedras da calçada.
E o barulho me acompanha,
Detestável, sem significado e propósito real,
Apenas um distúrbio para os meus pensamentos.
Sinto a ardência nas minhas narinas,
O perfume suave que o vento carrega
Com as ondas batendo nos meus calcanhares.
Chuto e levanto a água,
Não tenho mais paciência,
Estou pensando em você.
E é pela vista que agora já vejo,
Sobre uma árvore que escalei,
E penso em você ao olhar para o pequeno pedaço que ainda resta do sol.
Não fico triste desta vez,
Mesmo com as dúvidas que carrego.
As dúvidas da sua partida.
Foi realmente necessário?
Tinha que me deixar?
E o sol tão grandioso ao se pôr nas águas, acalma-me para os meus pensamentos.
Você se foi, mas continua comigo,
E você está em algum lugar melhor.
Volto a escutar o insuportável barulho das pedras,
E os meus pés ainda não tocam o chão,
Percebo que não estou sozinha.
E por motivos mais reais,
Desço do meu refúgio e volto às pedras,
E com o barulho que já não me incomoda mais, penso que a morte chega para todos.
Viverei até o dia em meus olhos se cerrarão e nunca mais se abrirão,
E lamentarei o dia em que não poderei ver a luz que cega a minha visão.
Pauta para Bloínquês, 8ª edição. Tema: pôr-do-sol.
1 opiniões:
A morte é bem isso mesmo: não é fim, nem é começo, mas chega para todos.
Adoreei demais *---------*
Beeijos ♥
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