quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Insana

          Quando disseram para mim que eu era insana
          Gargalhei até lágrimas escorrem pelas minhas bochechas,
          Pensei ser só uma brincadeira
          E não dei muita importância.

          Com o passar dos anos
          Descobri que eu era louca,
          Que a tênue linha que eu guardava com tanta segurança
          Foi cortada com uma adaga vermelha.

          Suja do sangue de quem um dia eu matei
          E larguei ao relento,
          Não pense que foi uma morte rápida,
          Fiz questão que fosse dolorida, sofrida e inquietante.

          E pelo barulho da noite
          Não consigo mais dormir,
          Estou sufocada com tantas mentiras,
          E a adaga está cravada no meu peito.

          E quando penso que não há dor maior do que ser insana
          A adaga se desfaz,
          Ele, com todo o seu ar
          Retira-a de mim.

          E a quem feri e com seu sangue manchei a adaga,
          Agora vem a mim com todos os sentimentos reconstruídos,
          Os mesmos que matei há alguns anos,
          Tornando-me louca.

          Não me arrependo de nada,
          Dos dias que passei manchada,
          Mas acredito que a minha loucura,
          Seja a mais rara.

Pauta para Bloínquês, 23º edição poesia. Tema: loucura.

3 opiniões:

Unknown disse...

"Seja a mais rara."

O que importa, é acreditar!

Projeto Créativité disse...

Recebeu nosso e-mail de autorização para a Coleção Projeto Créativité de Janeiro?

Carolina Rosseto disse...

"E a quem feri e com seu sangue manchei a adaga,
Agora vem a mim com todos os sentimentos reconstruídos,
Os mesmos que matei há alguns anos,
Tornando-me louca."

Suas palavras me tocam e me doem.

Se puder retribuir a visita.
Beijinho.

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