sábado, 6 de outubro de 2012

Violência interior


      A violência está inserida no homem, desde os primórdios da Terra que a usamos para tudo. Os homens caçavam, guerreavam por fêmeas, comida e abrigo. Tudo isso, nossa evolução, parte do ponto que os mais fortes sobrevivem, e isso com a violência que se tem para eliminar o resto.
      Desde pequenos somos obrigados a nos moldar aos padrões da sociedade (é aí que eu penso que cada lugar tem as suas leis e que as pessoas agem conforme o imposto). As crianças fazem tudo o que querem, pois é da natureza delas. Elas correm, brigam, gritam, jogam coisas no chão, conhecem o exterior em que vivem. São os pais que impõem limites, limites sobre alimentação, jogos, até a própria convivência com outras crianças. Elas aprendem quando deve chorar para conseguir algo, como devem agir para serem aceitas, e toda a violência existente dentro delas se reprime ao longo do tempo.
      Estas crescem de uma maneira mais reprimida ainda, primeiramente com as responsabilidades de um adolescente, toda a pressão nesta passagem de criança para a fase adulta. É nesta época que a rebelião toma conta de nós, de todos, cada um de uma maneira diferente.
      Nós temos que extravasar tudo aquilo que guardamos por tanto tempo, agradando as outras pessoas. Alguns se isolam, escrevem, brigam com os amigos. Outros se tornam góticos, ouvem músicas fúnebres, rejeitam os seus pais. Tem aqueles que recorrem ao rock, descobrem o seu lado dark. E tem aqueles que preferem guardar isso para si, são estes os perigosos, que podem vir a explodir mais tarde e causar grande estrago na sociedade, ou na vida de algumas pessoas.
      Então todos tem violência lá no fundo? Sim. Todos conseguem acabar com ela? Impossível.
      Você pode perceber o quanto as pessoas são levadas quando assistem lutas de boxe, por exemplo. Elas pagam para ver sangue, elas precisam disto. Tem aqueles que recorrem ao futebol, precisam se focar em uma bola, jogar tudo isso para vencer. Pense nas mulheres, quando ocorre uma briga, mesmo que simples, talvez elas a comprem. Vale a pena para elas um pouco de agitação (para nós), porque nós somos as mais reprimidas na sociedade quando se trata de respeito e boas maneiras de convivência.
      Todos nós buscamos um meio de conciliar isso, não ficaria bem lutar por uma vaga de emprego com lanças, por um tênis com facas, ou até por uma vaga no Cefet com cavalos e espadas.
      Mas há aqueles que não arrumaram um jeito de liberar toda a adrenalina, carregam-na consigo (e talvez alguns traumas de criança, quem sabe), são estas pessoas as perigosas, que podem planejam atos de loucura, insanidade. Tudo isso afetou as suas mentes, a sua capacidade de esconder toda a fúria que permaneceu tanto tempo na calada de seu ser.
      E as pessoas que nascem pobres, lá no morro, com má índole? Eles não extravasaram sua violência? Sim, mas desde de criança eles não foram devidamente moldados, eles aprenderam como jogar isso para o mundo de uma forma muito ruim. E eles utilizam disso para ganhar dinheiro, mas tudo tem o seu preço. Focaremos em um assaltante. Ele pode roubar, mas todos têm consciência, e este ato de liberação pode acarretar nele mais angústia, dúvidas, ou até mesmo nada disso. Ele pode se sentir muito feliz com isso, mas dentro dele ainda existem resquícios, que podem ser liberados nas drogas, para abafar tudo.
      E os assassinos? Eles têm a violência interna, que pode ser acompanhada de um trauma infantil, ou até não. Mas eles não roubam nem nada, preferem matar, se sentem melhores com isso.
      E os suicidas? Estes não escolheram outro caminho além de acabar com a angústia nos seus peitos.
      E os loucos? Não se sabe o que passa em suas mentes, mas penso que tais distúrbios acabem por revelar lados obscuros do ser, ou então nenhum lado, e eles ficam maníacos ou indiferentes.
      No final das contas todos temos uma violência interna, e diferentes maneiras de liberá-la. Tudo isso depende da família em que vivemos, do modo que fomos criados e com as pessoas que convivemos durante o nosso amadurecimento.

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