sexta-feira, 29 de março de 2013

Trincas

        Eles me chamam de desastre, porque eu abalo tudo. Abalo terras, corações, sorrisos, multidões. É a simples arte de se ter presença e fazer um bom uso dela. Eis que para eles não é assim. Sou mais um terremoto do que uma chuva de verão. 
        Triste são aqueles que só chovem, não abalam. Estes não trincam chãos, não pulam dos abismos por receio do fundo, não trocam olhares por medo do inseguro. Eu tenho pena deles, não tenham pena de mim.
                        Eu sou o desastre natural que veio te por no eixo. Às vezes é necessário um empurrão, um sorriso, uma mão.

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