terça-feira, 9 de março de 2010

Dois anos e meio

   Depois de dois anos e meio veio a coragem, finalmente tudo ia se resolver, desde então que eram melhores amigos nada havia mudado, várias namoradas da parte dele, vários namorados da sua parte e nunca ninguém falou nada, até ela tomar coragem e ter cara-de-pau suficiente para encarar a verdade.
   Enviou uma mensagem: “Precisamos conversar”.Ele respondeu: “Onde?”. E mais uma “Na praça”. O lugar onde eles se conheceram, foi em um dia de chuva, ela estava encharcada, não havia levado guarda-chuva e estava já espirrando, ele a viu e ofereceu o seu casaco e uma carona no guarda-chuva enorme e preto. Desde então são melhores amigos, dois anos e meio e a amizade continua acessa, do mesmo jeito do que antes, abraços, beijos, apertos, mas nunca ninguém se confessou.
   É chegada à hora que eles se encontram, Felipe esta ali no banco da praça esperando por Mariana.
   -Oi.
   -Oi. – Ela senta em seu lado.
   -Quer ver uma coisa muito legal?
   -Quero! – E puxou-a para o chão da praça, cheio de hexágonos.
   -Olhas as nuvens, aquela parece um carneiro, aquela uma girafa.
   -E aquela um coração. – Eles se olharam e Felipe colocou a mão na cabeça.
   -O que foi?
   -Felipe, eu resolvi finalmente, depois de dois anos e meio tomar coragem e te dizer, na maior cara-de-pau que eu amo a nossa amizade, mas eu quero ser mais que uma amiga, eu gosto muito de você; tudo o que passamos juntos, só me fez acreditar mais e mais nisto, eu nunca lhe disse, pois tinha medo de perder a nossa amizade, que é tão querida para nós, mas entenda, depois de dois anos e meio eu posso lhe dizer que ‘eu te amo’.
   Ele ficou em silêncio, cruzou os pés e colocou o seu braço livre em torno de Mariana, os mesmo braços fortes que ele tinha da natação. Ela cruzou os pés e esperou uma resposta dele.
   -Porque não me disse isso antes?
   -Eu tinha medo de perder você.
   -Você nunca ia me perder, você só perde o que não lhe convém, e eu lhe convenho muito. – Ela riu.
   -Sabe, eu adoro quando você ri igual a uma criança de quatro anos e levanta essas bochechas lindas e coradas, diminuindo os olhos para mim. Gosto quando você passa os seus dedos levemente pelo meu braço, me fazendo arrepiar. Eu amo quando você diz “Mas Felipe...” com aquela cara de cachorro chutado e eu cedo tudo para você. E agora não seria diferente, mas não pela sua cara de cachorro chutado, mas pelo meu coração apaixonado. Depois de dois anos e meio eu digo, ‘eu te amo também’. – E beijou-a com todo o fervor que podia haver.
   -Sabe, eu gosto do seu vestido verde-água, que tal você usá-lo amanhã para comemorar nosso primeiro dia de namoro?
   -Namoro?
   -É, ou você acha que eu vou esperar dois anos e meio para te pedir em namoro?
   -Bobinho, ‘eu te amo’. – E beijou-o novamente, fazendo sinal positivo para o pedido.


Pauta para Bloínques, 7ª edição visual. Tema: A imagem do texto.

7 opiniões:

Gabrielle Pires Silva disse...

Nossa, que lindo, uma garota passar 2 anos com medo e ter uma resposta dessa é totalmente recompensante uau. Tem gente que passa a vida inteira e não tem algo como isso. Muito lindo. Mesmo, e muito bem escrito, parabéns

A. disse...

gostei do texto você se expressa muito bem...

bjo

Rúvila Magalhães disse...

Que lindo :D Sabe que o meu namoro começou mais ou menos assim, a partir de uma amizade de 2 anos e meio também, uma amizade muito boa o que gerou um namoro melhor ainda :D
Adorei o texto!
beijos

Anônimo disse...

Que coragem...É difícil, você ficar dois anos e meio gostando da pessoa e não falar.

Unknown disse...

Muito bom mesmo, merece uma colocação legal. Parabéns. beijos

Fernanda Praisler disse...

ameeeei *-*

boa sorte

Chris disse...

Meu Deus, muito xoxo e lindo de morrer!!!!!!!!!!!

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