terça-feira, 27 de abril de 2010

A vingança II


   Beatriz arregalou os olhos o mais que pode ao constatar que um homem estava pregado a parede com letras de sangue.
   -Quem voltará?
   -Eu não sei.
   -Mas, foi você mesmo que fez tudo isso?
   -Pelas minhas lembranças sim.
   -Quais são as suas lembranças?
   -Eu chegando em casa, rindo com os meus pais e com suas visitas. Então eu me senti mal, fui para o banheiro e me transformei no que eu não queria ser. Destruí toda a minha vida, tudo que estava por perto. Acordei no hospital, fui levada para os meus tios distantes e toda a minha vida eu tive um pesadelo. O pesadelo eram lembranças.
   Entrando no cômodo e analisando o homem e as paredes, percebi que havia um nome em baixo da frase: ‘a sua visitante inesperada’. Naquele dia apenas os meus pais estavam comigo, além de Marie e seu filho, Bryan. Soltando uma lágrima eu entendi tudo aquilo, aquele homem era o meu pai, que não havia morrido e me procurava. Quem voltará será Marie, eu matei o filho dela e ela não deixaria por pouco.
   -Beatriz, talvez eu passe um tempo longe da cidade, para pensar melhor no que fazer. Eu vou te deixar em casa.
   Entrando no carro aos suspiros senti algo bater na minha cabeça. Coloquei a mão e quando voltou para os meus olhos estava sangrando. Alguém havia pulado no capô e Beatriz estava desacordada.
   Sentia meu corpo quente, meu sangue fervendo, meus dentes afiados, o cabelo eriçado, os pés e as mãos doendo, meu olfato e minha audição apurada. Chutei a porta do carro, indo de encontro a uma parede da casa. Levantei do estofado e pude constatar que eu estava um pouco maior.
   Um vulto e um arranhão passaram por mim, me virei em alerta, ainda não vendo o que estava me atacando. Marie apareceu em minha frente, estava na forma de lobisomem. Soltou alguns grunhidos e voou para cima de mim. Virei-me rapidamente e fiquei de quatro, rezando para que me transformasse depois de tantos anos.
   Marie pulou em cima de mim, rolando juntas na terra senti meu corpo eriçar, os dentes crescerem e as mãos ficarem maiores; estava na hora de brigar. Joguei Marie para o ar enquanto corria para tomar impulso, pulei sobre uma árvore e voei na direção de Marie.
   Arranhei o seu pescoço peludo e o focinho, ela me deu um chute na barriga seguido de outro grunhido. Afastei-me, tomei velocidade e pulei sobre Marie, mordendo a pescoço. Ela estava voltando a forma normal enquanto Beatriz acordava do desmaio.
   Corri até o carro para ver se estava tudo bem e Beatriz soltou um grito tão apavorando que poderia me ensurdecer.
   -Sou eu Beatriz, a Alice!
   -Você um lobisomem?
   -É, mais ou menos.
   Beatriz passou para o banco do motorista e deu um sorriso, fazendo aparecer seus dentes de vampiro.
(Continua...)
--

Pauta para Bloínques, 14ª edição musical. Tema: talvez eu passe um tempo longe da cidade.

5 opiniões:

Dani Ferreira disse...

Meu, curiosidade aHAIUSHAUSHIU'
é incrível como sempre param na parte mais tensa
HASSIAHIH'
Ta ficando muito bom.' *-*
Parabééns ;)

Chris disse...

Nããããão, essa ainda? Tem mais contuação ?
Assim você me mata de curiosaidde moça!!! E é bom mesmo que beatriz fique u mtempo fora...

Vitória Cabral disse...

Nooooooooooooooooossa, que bizarro *o*
Mais, mais, mais!

Carô disse...

Carmba, que shoooooooooooooow *-*

Rodolpho Padovani disse...

Deixei um selo pra ti, lá no meu blog...
Bjs...

Não seja um leitor silencioso. Comente!