quinta-feira, 15 de abril de 2010

Histórias de dormir


   Eu me sinto mais sozinha com o passar dos dias, a escola, as ruas, minha casa e até o telefone em frente a minha rua me deprime. Tudo me lembra os dias em que passamos juntos, as tardes quentes e as noites chuvosas, os pingos caindo na janela; tudo se foi.
   Ainda me lembro como o seu abraço era bom, as histórias que me contava, as comidas preparadas e a cozinha com uma montanha do tamanho do Everest de louças. As suas mãos sempre foram maiores do que as minhas, sempre medindo, sempre tentando te alcançar, mas o que importa agora? Você se foi e as lembranças viraram fotografias, eu queria que tudo fosse traduzido em palavras, para eu escutar a sua voz novamente. Como era doce e suave, me dizendo sempre a coisa certa a fazer, tudo mudou.
   As noites são dolorosas, as manhãs tristes e as tardes consoladoras. Eu sinto a sua falta mais do que você possa imaginar, mas o que eu posso fazer?
   Você nunca vai saber o quanto sofri com a sua morte, nunca vai saber quantas lágrimas eu derramei, nunca vai entender por que eu me culpo; mas você sabe que eu sempre vou te amar, em toda a minha vida. A mamãe ainda chora quando olha a sua fotografia desejada a ela, aniversário de vinte anos de casados...Eu sinto a sua perda, pai; é um buraco que eu não consigo preencher, e mesmo que eu tente, não dá.
   O passar dos dias é doloroso, mas eu vou tentando entender a sua perda, o porquê nos deixou tão cedo, mas não se preocupe, eu cuido de tudo. As histórias, os presentes, a vida que você deixou eu continuarei levando, pois é assim que eu quero me lembrar de você, como o meu pai.

 Pauta para Bloínques, 12ª edição musical. Tema: traduzido em palavras.

2 opiniões:

@juusep disse...

chorei! :')
meu pai é tudo para mim, parece q fala por mim, sei la sabe? :')
to voltando ao meu blog, se der passa lá?
beijos :*

amy disse...

adoorei o post ;)
:*

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