Eu sou assim, meio pirada e cheia de defeitos. Em alguns momentos eu quero me esconder da loucura do mundo e dos defeitos do meu ser. Eu quero me afundar nos lençóis, e não me pensar no amanhã, mas sou obrigada pela minha própria mente a olhar para o passado. Quando quero me esconder eu tiro os meus óculos.
Tentamos melhorar a cada dia não para o nosso próprio bem estar, queremos ser melhores que os outros ou impressioná-los. Mudamos com o tempo para ficarmos parecidos com as outras pessoas, para não sermos diferentes.
Quando tiro os meus óculos eu vejo tudo claro, manchas e poucos detalhes. Eu não vejo os rostos das pessoas e suas expressões, eu foco no que está ao meu alcance. Quando estou sem óculos eu não me preocupo com que os outros vão pensar sobre mim; mesmo olhando nos olhos deles eu só vejo machas.
São essas manchas que me confundem, que me fazem cumprimentar a pessoa errada ou abraçar um estranho; fazer alguma coisa bizarra e passar vergonha. Graças aos meus óculos eu mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado.
A dificuldade de enxergar de longe me faz querer aproximar-me, tocar, sentir ou conhecer. Para todas as pessoas que enxergam o mundo de um modo só, eu me acho sortuda, por poder enxergá-lo e conhecê-lo de dois modos. Eu tiro os meus óculos para as novidades, e as vejo de outra forma; e coloco-o quando quero reconhecer um sorriso de quem eu fiz feliz por ser eu mesma.
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Pauta para Once Upon a Time, 49ª edição. Tema: Frase em negrito.
Pauta para OPEP, Edição In Colors. Tema: Livre.
3 opiniões:
fe, bom como sempre.
tem blogs que a gente visita pra manter o contato. o seu, eu venho por prazer mesmo, de ler as linhas escritas e a sequencia de ideia mudando do paragrafo em paragrafo e, mesmo assim, retornando ao assunto principal.
uso óculos também, e tenho cinco graus em cada olho. nunca pensei em sair sem ele (eu uso lentes também), mas agora, sei como seria.
beijo.
Realmente ninguem precisa acreditar que mudamos, pois nós já sabemos disso
Ah que lindo seu texto, esse seu jeito de ver o mundo de duas formas.
Muito bom mesmo.
Gêsa Karla,
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