quarta-feira, 30 de junho de 2010
Um dia, elas não verão o céu
Ás vezes eu paro para observar o comportamento das pessoas. Tento decodificar seus pensamentos os quais tenho certeza que são totalmente diferentes dos meus. Ás vezes me pego olhando o nada, o que me acalma.
As luzes estão tão longe que nem ofuscam a minha visão, e eu ainda posso ver o céu. Céu esse, que não possuiu estrelas; pelo simples fato das luzes –as mesmas tão longe do meu alcance- ofuscarem os seus brilhos.
Eu me sinto privilegiada por poder contemplar a visão da cidade, mas me sinto totalmente perdida sabendo que um dia nada disso existirá. Um dia as pessoas brigarão pelas coisas mais simples da vida, cometerão injustiças pelo seu próprio bem e destruirão bens em comum para sobreviver.
Os prédios crescerão, as ruas ficarão estreitas, os carros disputarão espaço entre as minúsculas calçadas. As pessoas roubarão com mais normalidade, o índice de morte sobre poluição será a notícia dos jornais e o lixo consumirá toda a beleza que um dia existiu.
As luzes se apagarão, e esta cidade virará ruínas. As estrelas brilharão, mas não haverá uma só alma para vê-las sorrindo. Talvez elas se sintam sós, talvez não. Talvez elas percebam que para brilhar foi necessário o extermínio da raça humana.
E agora percebo, que a culpa não será delas; será só nossa. Aos poucos, nos mataremos por coisas banais, e logo depois por riquezas. O mundo ficará pequeno para tantas pessoas e os prédios tomarão conta do espaço.
Antes de tudo acabar, já passando do ponto de equilíbrio e no final da geração; as poucas almas que sobreviverão serão esmagadas pela sua consciência, ao passar pelas estreitas ruas e só ver janelas vazias.
Nas ruas não se verá mais a luz do sol, das janelas dos prédios não se verão às pessoas, do alto dos edifícios não se verão mais as estrelas. Um dia, nós não veremos mais o céu.
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P.S.: Eu acho que este foi o melhor texto que já escrevi, e sim, eu acho que a população vai crescer desenfreadamente e um dia, não haverá espaço para todos. Tive uma reflexão com o meu pai, onde há 44 anos só havia mato em Duque de Caxias. Hoje, cada vez mais prédios são construídos e não haverá ruas suficientes para todos os carros. O que eu quero dizer é que um dia -e ele não está muito longe- as pessoas não vão conseguir sair de casa e nem conviver consigo mesmas.
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Pauta para Bloínquês, 23ª edição. Tema: Foto do Texto.
Pauta para Sílaba Tônica, 5ª edição tema da semana. Tema: O futuro do planeta.
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11 opiniões:
Que lindo,maravilhoso; Concordo contigo.
E ver janelas vazias (...)
Eu espero não viver pra ver o caos.
http://publicidadesaltoalto.blogspot.com/
Beijos, até mais.
O que eu achei mais legal dessa edição do projeto é que ela nos deu muitas ideias bacanas com essa foto, né?!
Eu adorei. Muito enigmática. E curti demais seu texto.
E os últimos parágrafos ficaram ainda mais incríveis. *-*
Boa sorte.
Um beijo,
:*
concordo com a idéia de que um dia o caos será problema, mas observe as flores que nascem em depósito de lixo e os fungos que se alimentam de radiação, a bondade existe na natureza e ela ignora toda a nossa tola razão de achar que as vezes para o mundo não há solução
Abraços do amigo em fragmentos.
Nossa!
É a primeira vez que estou em seu blog,e parabéns,você escreve muito bem.O texto me prendeu do início ao fim...
Sem palavras :/
E infelizmente,isso vai acontecer um dia,infelizmente ;x
beijos :*
Q lindoo ameei
Beijos
http://nuvem-de-amor.blogspot.com
*-*
Muito bom o texto! Já viu que ganhou no Projeto Sílaba Tônica? :D
B.
hoje quase ninguem se importa com o futuro do planeta
OOi, tem um meme pra ti no meu blog.. passalá!
http://floresnegrasdajackie.blogspot.com/
Ei, parabéns! Concordo com você em gênero, número e grau =) Se continuarmos assim, não sei onde vamos parar =/
Mais uma vez, parabéns pelo blog e post, adorei =)
Abraços!
Ah, só mais uma coisinha.. Posso te colocar na minha lista lá no meu blog? =D
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